Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

À barca, à barca ...

AUTO da BARCA dos LARÁPIOS

Vem um Carjacker (Cj) com o seu colar de sete chaves pendurado ao pescoço. Chega ao batel do Inferno e diz:

Cj: Ei bacanos! 'tá aí alguém?
Dia: Como ousas perturbar o meu sono escaldante com tais palavras?!
Cj: Olha lá, meu, tu não falas assim comigo, ouviste?!
Dia: Mas que jovem tão empertigado! Pensas que com tais palavras conquistarás o que pretendes?!
Cj: Eu não tenho medo de ti, ó homem do rabo grande!
Dia: Pois, então, assim seja, batel divinal será teu leito.
Cj: Eu não entro nessa cena! A minha avó sempre me disse que o céu era, tipo, o meu destino, topas?
Dia: Pois então e tu crês? Tua avó também nesta barca entrou!
Cj: Meu, tu não falas assim da minha avozinha, ouviste?!
Dia: Pois então acredita. O tempo urge e eu não tenho o dia todo.
Cj: O quê? O tempo muge?
Dia: Urge! Urge, seu acéfalo!
Cj: Ai é! Então vais ter de esperar porque eu vou ver ali o outro bacano da concorrência.
Dia: Como queiras, meu jovem insano.

Vai o carjacker até à barca da Glória e diz:

Cj: Ei! ‘tá aí alguém?
Anjo: Que queres, jovem?
Cj: Eu quero ir assim, tipo, para o céu!
Anjo: Pois, mas no céu tu não entrarás, pois os carros que roubaste pesam demais.
Cj: Mas, olha lá, eu aqui só tenho as chaves! Os carros foram desmontados em bué peças...
Anjo: Pois, mas cada uma dessas chaves pesa toneladas neste batel.
Cj: Meu, ‘tás a dar-me uma tampa?!
Anjo: Por Deus, liberta-te e segue para o batel infernal.
Cj: Vais arrepender-te, mano, ouviste?! Eu vou mandar, tipo, o meu people dar-te uma sova que até vais ver estrelas!

E, dito isto, volta para a barca infernal, dizendo:

Cj : Oh tu ! Olha, tipo, manda aí o escadote que aqui em baixo ‘tá bué da frio.
Dia: Não te preocupes, cá depois aquecerás!

Catarina Esteves, 9ºA
AUTO do TGV do INFERNO

Vem o Primeiro-Ministro (P.M.), com um computador Magalhães debaixo do braço, vestido com um fato informal, muito bem disposto e sorridente. Chega ao TGV do Inferno e diz:

P.M: Hou do TGV! Hou do TGV!
Dia: Calma, calma que já lá vou! Ah, o Sr. Engenheiro José Sócrates! O que o traz por cá?
P.M: Foram uns mal afamados professores que envenenaram o meu whisky na viagem de regresso da cimeira ibero-americana.
Dia: E bem fizeram, pois cheio de pecados estás!
P.M: Eu não, Satanás. Deve ser engano. Eu até trago comigo a prova disso.
Dia: O quê? Essa tua máquina que até vicia as criancinhas inocentes?
P.M: O Magalhães não! Vai salvar e modernizar o país. Para não falar nas reformas que fiz na administração pública. Então a avaliação dos docentes foi uma maravilha.
Dia: Pois, sim, os teus amados Magalhães, vai ser só vê-los no lixo e nas mãos dos toxicodependentes e mendigos, que os hão-de tirar às criancinhas para os vender.
Os professores? Adoram-te!...Pois não foram eles a pôr cicuta na tua bebida?
P.M: Olha que te enganas, Belzebu. Os professores ainda me vão dar a razão e este computador já é cobiçado por países em todo o mundo.
Dia: Pois isso, não seria pela tua "fabulosa" campanha de vendedor nesta última cimeira. Até já deves ter recebido propostas para vendedor profissional em empresas multinacionais...
P.M: Não tenho tempo para estas conversas. Vou ao maquinista aqui ao lado, que esse sim, embarcar-me-á.

Vai o Primeiro-Ministro ao TGV do Paraíso e grita:

P.M: Hou do TGV do paraíso! Deixai entrar um honesto e competente governante.
Anjo: Na santa maquinaria de Deus só entra quem pecados não cometeu!
P.M: Mas não me vedes a mim? Sou homem de promessas e palavra.
Anjo: Tu viveste a enganar as pessoas com promessas de crescimento económico, progresso e desenvolvimento, que se revelaram vãs.
P.M: E a minha licenciatura não me vale?
Anjo: Aqui não entram falsos engenheiros e ministros mentirosos. Volta para o T.G.V. infernal e asinha que de pecados transbordas.
P.M: Parece que escolha não tenho. Nem a licenciatura, nem o Magalhães me valem! Vou então para onde a minha alma pertence.

Chega novamente ao TGV dos danados e grita uma última vez:

P.M: Ó criatura infernal! Razão tinhas tu. Deixa-me entrar de vez, e talvez lá engane os que já julgaste tu...


Martim Monteiro, 9º B, n.º 17

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