Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Parque Escolar - lançamento da Fase 4

A calendarização da fase 4 do Programa de Modernização das Escolas destinadas ao Ensino Secundário, que abrange também a intervenção da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, aponta para as seguintes metas:

. Elaboração de programas funcionais em conjunto com escolas
Fevereiro e Setembro de 2011;

. Lançamento de concursos públicos para projecto
Junho a Dezembro de 2011;

. Início de obras
Com a conclusão dos projectos
Ver mais em:
http://www.parque-escolar.pt/imprensa/noticia-parque-escolar.php?id=48

domingo, 30 de janeiro de 2011

Do Debate Informado, da Investigação assertiva (II)

No debate sobre o Pacto de Estabilidade e Crescimento e Pacto para o Emprego que decorreu na UTAD, no último dia 21 de Janeiro, e a que prometêramos voltar esta semana, Regina Bastos, eurodeputada do PSD, fez a abordagem mais institucional e asséptica – nas palavras da própria – da tarde. Inaugurou a segunda mesa de trabalho e começou por destacar que do desemprego na zona euro não se deve fazer uma leitura homogénea, na medida em que este apresenta grandes disparidades: dos 4,4% da Holanda aos 20% da Espanha; quanto ao desemprego especificamente jovem, a média da UE a 27 é de 21%, situando-se nos 22,3%, por exemplo, em Portugal. Há maior desemprego feminino do que masculino. Passando para o plano prospectivo, assinalou que a estratégia estabelecida pela UE para 2020 implica, entre outras metas, alcançar-se uma taxa de emprego de 75%, a redução da taxa de abandono escolar para os 10%, retirar pelo menos vinte milhões de pessoas da pobreza. A aposta na qualificação e formação permanece como o grande motor de desenvolvimento. Depois do falhanço da agenda de Lisboa, quer os pressupostos, quer a quantificação dos objectivos não deixam de causar cepticismo na plateia. E tudo enredado na linguagem habitual de Bruxelas.
Carvalho da Silva, à semelhança de outras intervenções recentes que lhe ouvimos, voltou a sublinhar que a realidade do emprego não se restringe ao domínio económico: ela tem implicações culturais profundas. Deu o seu próprio exemplo, comparando-se com um cidadão chinês: se ambos tivessem o mesmo nível de rendimento, por factores exclusivamente culturais, o nacional da China teria a capacidade para poupar o dobro. De resto, historiou as mais recentes recomendações da OIT, adoptadas inclusivamente pelo G20, mas que não saíram do papel. Entre elas, a forte recomendação de não baixar salários nem tão pouco os conter. Tem-se assistido, em muitos lugares e empresas, ao aumento de salários de topo, congelando-se as remunerações mais baixas. Ora, o incremento dos salários mais elevados irá levar a maiores taxas de poupança, não tanto ao consumo e ao estímulo da economia, por tal via (ao contrário do que sucederia caso fossem os mais baixos salários a serem impulsionados).
Mas seria Daniel Bessa, num estilo permanentemente irónico e mordaz, a concitar maiores interpelações da plateia. Começou pelo elogio do self made man, a figura (em si) e as figuras, não apenas o Presidente, de Boliqueime, mas, o também presente líder sindical, de Barcelos. De seguida, disse que apenas iria a jogo caso se definisse o problema concreto, e perante esse dado, resposta concreta, com a indicação dos meios concretos: outro tipo de retórica, ainda que povoada de bons sentimentos, definindo-se objectivos políticos em abstracto, não lhe mereciam interesse algum (o que mereceu aplausos). Fez duas propostas: isentaria de impostos os lucros que fossem reinvestidos e subsidiaria, contornando as regras europeias (ou conseguindo o assentimento europeu) postos de trabalho – nomeadamente de trabalho intensivo – que tivessem salários baixos – normalmente, os mais ameaçados. No primeiro dos casos, o reinvestimento iria beneficiar a economia e deveria ser dado o estímulo fiscal para que tal viesse acontecer; no segundo, em vez de se pagar subsídios de desemprego, sempre se auxiliaria o trabalho e empresas em dificuldade. Elisa Ferreira questionou quanto aumentaria a despesa pública com tal medida – pergunta para a qual não obteve resposta quantificada - e um dos alunos do curso de economia, presente no auditório de Geociências, relembrou uma entrevista, com alguns meses, de Daniel Bessa ao jornal Público, em que este afirmava ser o Estado Social um empecilho ao crescimento económico do país. Qual seria a alternativa (?), indagou, até porque ele e muitos dos colegas – asseverou – só estavam naquela sala devido a bolsas de apoio estatal, numa palavra, devido a esse mesmo Estado Social (referência que concitou aplausos). Bessa não se furtou ao confronto de opções e foi claro ao preconizar que numa época em que a despesa tem que ser contida, a solução passaria pela adopção de empréstimos para quem quer ir estudar para o ensino superior e não tem tais recursos, obrigando-se, enquanto futuro profissional, a devolver esse dinheiro adiantado – medida tomada à semelhança de outras experiências europeias, referiu. Como um curso superior é um investimento pessoal que terá retorno para quem o alcança, então fará sentido esta medida – declarou. Claro que alguns – ainda que poucos – poderiam, na sua expressão, “entrar em default”. Mas a maioria iria cumprir. Claro que se poderia perguntar se não há um benefício que transcende claramente o âmbito privado daquele que faz tal percurso – sendo a comunidade, também, beneficiada. Foi precisamente pela responsabilidade colectiva que Carvalho da Silva foi, dizendo que tal proposta iria aumentar a dependência das pessoas. Terminava, curiosamente, com ironia em sentido inverso a sessão: do elogio do homem que se faz a si mesmo dedicado por Daniel Bessa a Carvalho da Silva – sabendo bem que tal imagem faz parte do ideário liberal – do início da mesa-redonda, até à classificação de uma proposta como aumentando a dependência, de Carvalho da Silva para Daniel Bessa a quem terá na liberdade o valor político primeiro.
Confronto de ideias, de ideologias, de projectos e de futuros – procurei, sintetizando, registar o que de mais importante foi dito nesta excelente iniciativa que, ao que disseram vários dos intervenientes, teve no Professor Francisco Dinis o principal dinamizador. Parabéns.

Boa Semana

Pedro Seixas Miranda

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Visita de Estudo ao Porto

Os alunos do 11ºM do curso profissional de Higiene e Segurança no Trabalho e Ambiente deslocaram-se ao Porto, no dia 21 de Janeiro, a fim de visitar o Pavilhão da Água e assistir à peça de teatro “Querida Matemática” na junta de Freguesia de Paranhos.
A primeira paragem foi por volta da 10h da manhã, em Águas Santas, com o objectivo de visitar o Pavilhão da Água. Esta actividade durou cerca de uma hora. Depois de concluída, seguimos em direcção ao Nortechopping para almoçar, onde permanecemos até às 13.45h.
De seguida prosseguimos a nossa viagem até Paranhos, onde tivemos que nos deslocar a pé até à Junta de Freguesia, para assistir à peça de teatro “Querida Matemática”. O teatro começou por volta da 15.30h e terminou por volta das 16.40h. Visto que os objectivos estavam terminados, regressámos a Vila Real.
Esta visita integrou-se no âmbito dos programas das disciplinas de Físico - Química e Matemática.


Pavilhão da Água - Exterior.

Texto: Ana Fragoso e Carina Campos
Fotografia: Catarina Vilela

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

RebobinArt - Programação

(Clique para aumentar)

REBOBinART - CLUBE DE CINEMA

O “REBOBinART” é um clube de cinema escolar criado com o propósito de revisitar os clássicos do grande ecrã, recordando e apresentando alguns dos realizadores mais importantes e incontornáveis do mundo da 7ª arte.
Os alunos do 11º I, organizadores deste evento, em conjunto com a professora Nélia Miranda (no âmbito do espaço X-Arte e da disciplina de História da Cultura e das Artes) foram movidos por uma vontade de criar novas actividades relacionadas com as Artes, e abrir um pouco mais este “mundo” à nossa Escola. Mesmo para nós, alunos de Artes, esta é uma óptima oportunidade de alargar os nossos horizontes cinéfilos, culturais e artísticos.
A interacção do “REBOBinART” com a disciplina de História da Cultura e das Artes atribui-lhe também um carácter mais pedagógico, divulgando um pouco da história da cultura geral e do cinema.
Direccionado essencialmente para comunidade escolar do Liceu, apela também à participação de todos aqueles que, mesmo não tendo nenhum vínculo com a escola, queiram desfrutar de bons filmes, convidando assim os amigos ou familiares dos alunos a virem ao Cinema no Liceu!
Criado com o objectivo de dinamizar o ambiente escolar, pretende proporcionar momentos de entretenimento, de discussão, reflexão e troca de ideias sendo este Blog o espaço ideal para o fazer.
Neste primeiro ano, o “REBOBinART” arrancará com 1 ou 2 sessões mensais, de vários realizadores de vulto seleccionados naturalmente pelos alunos com o simples intuito de dar a conhecer filmes diferentes e de certo modo desconhecidos do grande público.
Todas as sessões serão anunciadas com antecedência neste espaço, através de cartazes afixados em vários espaços da escola, e por avisos a passar nas salas.
Serão facultados panfletos informativos acerca dos realizadores e dos respectivos filmes.
Acima de tudo, esperamos criar momentos de diversão, aliviar um pouco o stress causado pelos estudos e contagiar o Liceu com o nosso gosto pelo Cinema e pela ARTE!



O REBOBinArt deseja a todos, uma Boa Sessão!

domingo, 23 de janeiro de 2011

Testemunho de Sylva Frey

Diário do 7ºA
Testemunho de Sylva Frey
Sexta-feira, 7 de Janeiro de 2011
Liceu Camilo Castelo Branco


Querido Diário, Shalom!
Hoje, a nossa turma teve uma visita muito especial, uma senhora que testemunhou momentos do shoah - palavra hebraica única para designar o holocausto da 2ª Guerra Mundial - que ela própria viveu, enquanto filha de um pai judeu de origem polaca e de mãe alemã.
Bem, Sylva Frey chegou com a sua flha, Caroline Dominguez, que ía traduzir suas palavras, visto que a senhora falava em francês. “Shalom!” - começou por dizer. Esta palavra hebraica tem o significado de “olá”. Enquanto isto, o Alex, neto de Sylva Frey, distribuía pequenas folhas de cartolina onde nós deveríamos completar o desenho da Estrela Judaica. No seu centro escreveríamos “Jude”, “judeu” em alemão. Assim:

Com um alfinete, juntámos a estrela à nossa camisola. O Nuno, o Zé Pedro e o Zé Maria não puseram, são da “raça ariana”: são loiros e têm os olhos azuis.
Sabes uma coisa?... Que é horrível... e não faz nem um bocadinho de sentido? Mesmo que um alemão e um judeu gostassem muito um do outro... não podiam falar nem dar as mãos! Judeu e alemães não se podiam amar, não podiam namorar. Bolas!
Os alemães faziam Ghettos, pequenos aglomerados de muitos judeus. Aqueles que tinham boas casas eram obrigados a deixá-las, a passar a viver apertados, nos Ghettos, rodeados por muros.
Mas... pior que isto... são... os campos de concentração... Ainda há muita crueldade, maldade e racismo, mas daí a fazerem coisas como lá se faziam... Os judeus chegavam ao campo de concentração e o responsável fazia um gesto: mostrava ou a direita ou a esquerda com a mão.

Um dos lados significava que essa pessoa ia trabalhar. O outro queria praticamente dizer que essa pessoa ia morrer muito em breve.
Mas, no meio de toda esta maldade, havia ainda pessoas com bom coração. Os Justos arriscavam a sua própria vida, ao esconderem judeus.
Em Jerusalém há uma floresta em honra dos Justos e um museu em honra dos judeus que foram levados para os campos de concentração. Há fotografias de muitos deles, lá. Claro que não de todos, porque foram mortos cerca de 6 milhões de judeus!!!
Apesar do tema abordado, Sylva Frey fez uma palestra calma e serena. Depois disto, ficámos todos com plena consciência do mal que foi feito, do racismo, xenofobia e intolerância que foi praticada em desmedido exagero naquela época. Todos nós já tínhamos visto filmes, ouvido histórias, mas nunca da boca de uma senhora que viveu a guerra. Para nós, foi uma oportunidade bastante especial.


Com amor e carinho,
até à próxima,

7ºA

Do Debate Informado, da Investigação assertiva

Excelente iniciativa do Centro de Estudos Transdisciplinares para o Desenvolvimento - um centro de investigação da UTAD, na área das ciências sociais - que decorreu durante a tarde da última sexta feira (21/01/11), no Auditório de Geociências, com conferência-debate sobre o Pacto de Estabilidade e Crescimento e o Pacto para o Emprego. Evento muito feliz, porque i) mostrou bem como as questões europeias são, hoje, questões nacionais – a situação nacional foi lida à luz das revisões por que tem passado, a nível europeu, o Pacto de Estabilidade e Crescimento e, ademais, quanto ao pacto para o emprego, ele também não deixou de ser perspectivado com as recomendações de instituições transnacionais, como a OIT, como pano de fundo; ii) os diferentes painéis foram compostos por pessoas muito bem preparadas e com opiniões divergentes: o debate foi, sobretudo, político, no melhor sentido da palavra: perante soluções diversas apontadas para o futuro da Europa, bem explicadas e sustentadas, torna-se mais fácil e consciente a escolha cidadã; iii) houve debate e argumentação, deixando-se os slogans, as tiradas fáceis, as graçolas, as frases assassinas, o remoque ad hominem próprio das campanhas eleitorais (que a serem o folclore vazio que têm sido, deviam acabar de uma vez por todas); iv) houve um público muito jovem e participativo, interessado e, mesmo, conhecedor; v)sintéticos e cumprindo horários, os moderadores contribuíram para o bom andamento dos trabalhos.
Esforço, de tipo jornalístico, de síntese, quanto ao que de mais interessante e importante disseram os diferentes actores: a) Elisa Ferreira, eurodeputada do PS, constatou que era à comissão europeia que competia velar pelo PEC, quando a Alemanha e a França o violaram, em 2004, e que levou á sua revisão, em 2005; o PEC devia conter, idealmente, três dimensões fundamentais: ajustar face ao que se passa(va) nas diferentes economias europeias; integrar uma dimensão anti-cíclica de que era (é) falho e flexibilizar os valores para o défice e/ou dívida (já que estes se apresenta(va)m imutáveis, acontecesse o que acontecesse). O problema de tal rigidez é que, hoje por hoje, somente o Luxemburgo cumpre, escrupulosamente, ambos os critérios (3% do PIB, relativamente ao défice; 60%, quanto á dívida). Tende-se, neste tempo, não a infirmar a revisão do PEC, operada em 2005, mas a incrementá-la: a dimensão preventiva a prevalecer, com preocupação de reforçar o acompanhamento da dívida (durante muito tempo subalternizada face ao défice); recuperou, Elisa Ferreira, o Geovanini report, de 1993 (e quantos já alguma vez ouviram dele falar, no ruído do efémero, por que todos passamos?), que, já à época, propunha que y) houvesse entreajuda de países face a ataques – financeiros – externos; yy) emissão conjunta de dívida soberana; yyy) países na mesma moeda a terem de ser suportados por um Orçamento Europeu (a comparação foi feita com os EUA, nesta conferência) – orçamento que corresponde a 1% do PIB europeu, demasiado modesto, pois. Curiosamente, naqueles inícios dos anos 90, eram os pequenos países a pensar que se houvesse tais mecanismos – e até redistributivos no interior da União, de região para região, consoante o grau de riqueza – poderiam estes, os pequenos Estados, vir a ser abafados pelos países mais poderosos. Para a eurodeputada socialista, a UE trabalhou, diferentemente, o equilíbrio nominal do défice e da dívida – em que se concentrou – e o crescimento económico – que descurou. Os desequilíbrios internos da união são, a seu ver, a para deste descurar do crescimento económico, os maiores problemas do nosso espaço geopolítico.
Para b) o Prof.Lebre de Freitas, da Univ. de Aveiro, com um posicionamento mais liberal no plano económico, a primeira pergunta a fazer é se precisamos mesmo de um Pacto de Estabilidade e Crescimento (pergunta carregada de ironia, em virtude da sucessiva violação, do mesmo). Em segundo lugar, e face à possibilidade de multas para os países que apresentem desequilíbrios macroeconómicos, no seio da UE, como sugerira, Elisa Ferreira, vir a suceder, Lebre de Freitas questionou se os governos, sem margem para corrigir, ainda seriam, ulteriormente, penalizados. O limite de 3% para o valor do défice foi já violado 97 vezes, e apenas em 29 dos casos os países estavam em recessão. O que sugere laxismo dos governos. Por outras palavras, sustentou, o PEC não foi levado a sério. Há muita gente a dever dinheiro e, como a China é pequena para prover a todos, começa a haver dúvidas acerca dos pagamentos das dívidas. Reconhece o académico que a instituição orçamental é credível, em Portugal. Mas novos problemas se levantam com as nossas pensões de reforma, e, com a desconfiança de que mais países possam vir a ser incumpridores, as taxas de juro poderão vir a ser incomportáveis. A entrada do FMI em Portugal, para Lebre de Freitas, teria a vantagem de impor um condicionamento que poderia servir para viabilizar reformas difíceis – não deixou de aludir ao despedimento de funcionários públicos; muitas vezes, a terminologia utilizada em debates mais partidarizados tende a ser opaca e aqui foi concretizada: reformas difíceis têm, no actual contexto, este significado - e de oferecer um plano de financiamento. O risco para o euro, advogou, não decorre de uma falta de ajuda da Alemanha, antes de um excesso de auxílio por parte desta que, no limite, poderá fazer com que os alemães – a rua alemã, se preferirem - o rejeitem em favor do marco. Posição de imediato contraditada por Elisa Ferreira: os bancos alemães foram quem mais ganhou com o mercado interno e a moeda única; os bancos alemães têm muita dívida dos países envolventes (além de dívida privada); principalmente: se a Alemanha regressasse ao marco, a supremacia da sua moeda sobre as demais seria tal, que perderia competitividade sobremaneira (estamos a pensar nas exportações). Elisa Ferreira adiantou, ainda, que os japoneses já se mostraram interessados em financiar uma boa parte da zona euro (e a juros razoáveis). Um grupo formado por Mário Monti, Tremonti e Juncker propôs uma solução de mais longo prazo, com a consolidação a fazer-se com 50-60% da dívida de todos os países da UE a ser junta em Eurobonds e a estar no mercado internacional, o que iria perfazer um valor na ordem dos seis triliões de euros, recorrendo-se a um empréstimo obrigacionista. Isto iria impor regras muito apertadas aos países, na mesma linha de longo prazo. Esta ideia era recusada pela Alemanha, mas volta a estar agora em cima da mesa. Quando estabelecemos comparações com outros países a nível de competitividade – isto, de um ponto de vista da união europeia face às restantes potências mundiais – não podemos perder de vista a questão da paridade cambial (e como esta foi negociada, quando o euro surgiu); o dumping salarial chinês; as regras ambientais (cumpridas, com um dado custo, numa dada latitude; incumpridas em outras geografias). Focado no plano nacional, Lebre de Freitas recordou uma sua recente visita à consultora Ernst Young, numa conferência, em que pôde observar que as respostas dos empresários para o não investimento em Portugal passavam por dois factores críticos: a justiça, e a incerteza fiscal. O novo-riquismo plasmado no abandono do calçado, dos têxteis, etc. foi outra pecha portuguesa, na sua inserção na comunidade europeia, anotou a eurodeputada.
Assim, as principais notas pessoais acerca da primeira mesa-redonda deste debate aberto, promovido, em boa hora, pelo CETRAD e a que regressaremos no próximo reparo.

Boa Semana

Pedro Miranda

sábado, 22 de janeiro de 2011

Exposição " A Matemática de M.C.Escher" no Taguspark

As obras de M.C.Escher, o artista gráfico que muitos dizem ter alma de matemático, continuam a apaixonar o mundo. Para dar a conhecer a sua obra, a Taguspark, S.A., em colaboração com a Sociedade Portuguesa de Matemática, inaugura a exposição "A Matemática de M.C. Escher" dia 18 de Janeiro, às 12 horas, no Átrio do Núcleo Central do Taguspark. A sessão inaugural conta com a presença do Presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, do Presidente da Comissão Executiva do Taguspark, Prof. Nuno Crato e do Presidente da SPM, Prof. Miguel Abreu.
Maurits Cornelis Escher (1898-19720) nasceu na Holanda, mais precisamente em Leeuwarden. Depois do secundário, pensou seguir arquitectura, mas o conhecimento travado com Samuel de Mesquita guiou-o na direcção do Desenho. Canhoto, tal como Miguel Ângelo e Leonardo da Vinci, especializou-se no desenho de espaços impossíveis e na criação de ilusões de óptica através do uso da perspectiva, divisão regular do plano, geometria hiperbólica e topologia. Escher não tinha grande treino matemático, no entanto trocou correspondência com matemáticos, como os ingleses Harold Scott MacDonald Coxeter e Roger Penrose, de forma a aperfeiçoar o seu trabalho.
"A Matemática de M.C.Escher" conta com algumas reproduções digitais gentilmente cedidas pela Fundação Eugénio de Almeida, em Évora, que tem patente uma mostra de cerca 50 litografias e xilogravuras originais do artista até ao dia 13 de Fevereiro. A Sociedade Portuguesa de Matemática pode disponibilizar uma versão da exposição, mediante pedido, a escolas, bibliotecas ou outras entidades que promovam a divulgação científica.
Para solicitar a exposição ou pedir informações, deverá entrar em contacto com o gabinete de comunicação da SPM através do e-mail imprensa@spm.pt.
Para mais informações, por favor contactar:
Gabinete de Imprensa da SPM: Ana Figueiredo, 21 795 1219 / 960 131 220,
ana.figueiredo@spm.pt
Site oficial: http://www.mcescher.com/

A. Teixeira

Entrevista a João Costa

Dia 17 de Janeiro, às 21 horas, a Mediateca realizou para aproximadamente 40 pessoas, mais uma das suas actividades previstas para este ano lectivo: a entrevista ao autor João Pinto Vieira da Costa, professor do grupo 300, nesta escola.
Esta actividade foi dirigida para os alunos/formandos a frequentar o ensino diurno. Após uma breve apresentação do autor e da sua obra, o Dr. João Pinto, autor/professor, iniciou a sua comunicação com o auditório, de modo entusiasta, antecipando-se frequentemente às perguntas que se centraram sobretudo nos seus textos e testemunhos fotográficos que haviam sido previamente divulgados a parte do público, pelos docentes presentes.
João Pinto fez-se acompanhar, isto é, levou os participantes a uma aprazível viagem à infância e ao mundo dos brinquedos, passando pelos momentos de convívio de outros tempos e de outras realidades. Divulgou a história da sua terra natal, Alpendorada e Matos, apresentado em simultâneo a sua obra com o mesmo nome.
Concluiu-se esta visita guiada ao universo diversificado das obras de João Pinto, partilhando as “Aftas da Língua” numa breve, mas cuidada reflexão sobre a língua, no caso a portuguesa, e a sua diversidade de realização.

A Coordenadora da Mediateca

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Palestra com João P.V.Costa

Numa iniciativa da Mediateca, João Pinto Vieira da Costa esteve ontem, 17 de Janeiro, às 21 horas, numa palestra dirigida aos alunos do ensino nocturno.


O autor, professor nesta escola, caracterizou a sua obra diversificada e respondeu a questões dos presentes. Demorou-se um pouco mais na análise da última obra, "Flora de Brincadeiras", uma vez que a mesma se prolonga nas exposições sobre brinquedos, realizada frequentemente, em diversos locais do país. Além disso, também dá sequência a este trabalho de pesquisa, recolha e divulgação deste património no blog http://florabrin.blogspot.com/.


Foram lidos pelos presentes alguns excertos de crónicas e contos exemplificativos do estilo do autor.

Publicações de João P.V.Costa:

Contos de Rodapé

Gatafunhos - contos e crónicas

Alpendorada e Matos- Península de História

Flora de Brincadeiras

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Recordar Auschwitz

Se as circunstâncias históricas, materiais, técnicas, burocráticas em que teve lugar o extermínio dos judeus estavam já aclaradas – e o livro de Raul Hilberg ocupava, aí, um lugar privilegiado – já o significado ético e político do extermínio, a sua simples compreensão humana, a sua actualidade era (é) algo que permanecia (permanece) em aberto e o que justificou o profundíssimo conjunto de reflexões acerca da natureza e da condição humanas de Giorgio Agambén, intitulado O Que resta de Auschwitz?
Os aliados entraram com as câmaras televisivas nos campos, nos lager, para contar e provar como foi. Não nos pouparam a nenhum pormenor. Mas quando o olhar se fixou num conjunto de deportados que parecia ainda viver, mas verdadeiramente vagueava em pé, como fantasmas, o operador de câmara muda abertamente de enquadramento.
A estes «cadáveres ambulantes», «mortos-vivos», «homens múmia» de que se duvida poder chamar vivos; aos que tinham renunciado a toda a reacção e se convertiam em objectos, despersonalizados, deu-se o nome de “muçulmanos”. Talvez porque no étimo da palavra, muslim, está aquele que se submete incondicionalmente à vontade de Deus. Ora, nem uma pancada, nem uma chamada para a comida, nada movia, nada tocava, nada mexia com os “muçulmanos”, nos campos.
Para Agambén, o “muçulmano” não é apenas, ou nem tanto um limite entre a vida e a morte; assinala, antes, mais do que isso, “o umbral entre o homem e o não homem”. E acrescenta: “há um ponto em que apesar de manter a aparência de homem, o homem deixa de ser humano. Esse ponto é o muçulmano e o campo é o seu lugar por excelência”. Assim, somos colocados perante duas grandíssimas perguntas: o que significa para um homem converter-se em não homem? Existe uma humanidade do homem que se possa distinguir e separar da sua humanidade biológica?
Ao longo de todo o percurso escolar, nunca a figura e, mais do que isso, o verdadeiro estádio – de não retorno – muçulmano, assomou nas aulas de história sobre a matéria. E, no entanto, quer no título de célebre livro de Primo Levi – Se isto é um homem – quer em obras como a Espécie Humana, de Robert Antelme, vemos a questão emergir.
“O paradigma do extermínio que até ao presente orientou de modo exclusivo a interpretação dos campos, importa não ser substituído, mas complementado por outro paradigma que traz uma nova luz sobre o extermínio e, em certo sentido, o torna ainda mais atroz. Antes mesmo de ser o campo da morte, Auschwitz é o lugar de uma experiência todavia impensável [e impensada], na qual, para lá da vida e da morte, o judeu se transforma em muçulmano e o homem em não homem. E nunca compreenderemos Auschwitz se não tivermos compreendido o que é o muçulmano”.
À pergunta “o que significa continuar a ser homem?”, Antelme diz-nos que o que estava em jogo nos campos era uma reivindicação quase biológica de pertencer à espécie humana, o sentido último de pertencer a uma espécie. A negação da qualidade de homem provoca uma reivindicação quase biológica de pertença à espécie humana.
Para Agambén, a própria palavra que normalmente usamos para descrever o extermínio – holocausto – é errada.
Porque emigrando do seu significado original, ele foi passando a ser entendido como “sacrifício supremo, marca de uma entrega total a causas sagradas e superiores”. Neste sentido, estabelecer uma conexão, ainda que longínqua, entre Auschwitz e o sacrifício bíblico, ou entre a morte nas câmaras de gás e a “entrega total com motivos sagrados e superiores não pode deixar de soar a burla”. No entender de Agambén, quem utiliza, pois, este termo – holocausto – dá mostras de ignorância ou insensibilidade (ou ambas).
Há um outro passo desta obra que não esqueceremos: “Os sobreviventes foram piores não apenas em comparação com os melhores [dos que estiveram nos campos], aqueles cujas virtudes os tornavam menos adaptáveis [aos campos], se não também à massa anónima dos tocados [os muçulmanos], aqueles cuja morte não pode ser chamada morte. Porque esta é a específica aporia ética de Auschwitz: o lugar em que não é decente continuar a ser decente, o lugar em que os que acreditavam ter conservado a dignidade e o respeito por si próprios sentem vergonha face aos que a haviam perdido de imediato”.
Não apenas nesta frase vai uma imensa homenagem aos que pereceram – aqueles que por serem tão bons nunca se adaptariam ao campo e que caíram de imediato – como, igualmente, salienta o remorso, o sentimento de culpa que atingiu e levou mesmo ao suicídio muitos dos sobreviventes.
Auschwitz foi muitas vezes chamado “fábrica de cadáveres”: ora, o que sucedia, deste modo, com o que subjaz a tal terminologia, era a supressão da própria morte. Era algo muito mais escandaloso do que a morte: em Auschwitz, não se morria; produziam-se cadáveres. Cadáveres sem morte, não-homens cujo falecimento é aviltado como “produção em série”. De acordo com uma interpretação muito difundida é justamente esta degradação da morte aquilo que constitui o ultraje específico de Auschwitz.
Como com a experiência do “muçulmano”, nas palavras de Levi, a própria moral, a humanidade ela mesma, se colocam em dúvida, como justificar que o grande testemunho que podia ser dado de Auschwitz – o do “muçulmano” – signifique, pois, interrogarmo-nos como pode o não-homem dar testemunho sobre o homem? Como pode ser verdadeiro testemunho aquele que por definição não pode prestar testemunho? Pois bem, interpreta Agambén, o título Se Isto é um homem tem, sem dúvida, este sentido: que o nome homem se aplica, primacialmente, ao não-homem, que o testemunho integral do homem é aquele cuja humanidade foi destruída integralmente. Quer dizer, que o homem é o que pode sobreviver ao homem.

Pedro Seixas Miranda

domingo, 16 de janeiro de 2011

À conversa com Gonçalo Cadilhe

Gonçalo Cadilhe veio falar connosco, alunos do 10º L, e com todos os restantes alunos de Ciências Sociais e Humanas do Ensino Secundário, na manhã do passado dia 11 Janeiro.
Num auditório cheio, nem sempre muito ordeiro, partilhou suas experiências e vivências e respondeu às nossas, por vezes, irreverentes perguntas, de forma simpática, divertida e não menos irreverente.
O que aqui deixamos são “retalhos” que nos ficaram na memória do nosso coração, como diria Gonçalo Cadilhe. São fruto da nossa participação nessa conversa que se prolongou por quase hora e meia. Eis o que aprendemos sobre este português nascido na Figueira da Foz, sobre a sua opção de vida e as impressões mais intensas que os seus relatos nos deixaram:

Para quem não sabe, Gonçalo Cadilhe é um escritor viajante, formado em Gestão de Empresas, mas que decidiu fazer o que sempre quis: viajar pelo mundo.
Diogo Ribeiro

A partir do momento em que começou a falar, notei que era uma pessoa com boa capacidade para lidar com os jovens, porque interagia connosco, contava umas piadas, ou seja, abordava os conteúdos de uma forma engraçada.
José Guerra

Gonçalo Cadilhe deu-nos a conhecer a sua invulgar maneira de viver e algumas das muitas viagens que já realizou pelo mundo.
Catarina Gaspar

Com as suas palavras, deu-nos a conhecer algo mais do mundo. E foram as palavras de quem lá esteve e viu as paisagens na primeira pessoa.
Ana Ramalho
Fala cinco línguas diferentes, faz surf, toca viola, gosta de dormir a olhar para o céu e para as estrelas, escreve para várias revistas, incluindo a Blitz, o que achei piada porque é uma revista que leio ocasionalmente, e já escreveu vários livros sobre as suas viagens.
Vanessa Monteiro

A sua profissão é basicamente ser pago para escrever sobre as suas viagens, o que, a meu ver, é uma profissão de sonho.
Daniela Carvalho

Provavelmente essa seria a profissão que muitos de nós sonhariam ter, pois além de podermos conhecer pessoas, países e novas culturas seríamos também pagos por isso.
Vitória Guedes

À pergunta”Tirou um curso de Gestão de Empresas. O que o fez largar isso?” respondeu que desde pequeno que tinha jeito para escrever. Quando se formou ofereceram-lhe um emprego, onde trabalhou durante sete meses, mas não estava satisfeito e ao fim desse tempo decidiu arriscar e ir fazer aquilo de que gostava.
Inês Costa

No início da sua vida de viajante, percebeu que o dinheiro que lhe pagavam para escrever sobre as suas viagens não chegava. Arranjava trabalhos para se poder governar: “trabalhava em países ricos para conhecer e gastar o dinheiro em países pobres” .
Sara Sousa

Falou nas várias casas que tinha pelo mundo. O que achei mais interessante é que não eram apenas casas para ele, eram sítios e pessoas que o marcaram, que ao longo do tempo fizeram dele a pessoa que ele é hoje.
Patrícia Pires

Mostrou-nos imagens das “suas casas” espalhadas por todo o mundo. Gostei porque não são realmente dele, mas são dele emocionalmente.
Diogo Ribeiro

O que mais me deixava entusiasmado eram as camas em que ele dormia, principalmente a cama com vista para as estrelas.
Emanuel Pinto
O que mais me marcou foi ele ter dito que era um dos homens mais ricos do mundo. Disse-o com ironia pois não se referia ao rico de dinheiro, referia-se ao rico de conhecimentos, de amigos espalhados pelo mundo, pois em todas as viagens ele conhece novas pessoas e faz novos amigos.
Miguel Freitas

Mostrou-nos, ou pelo menos tentou, que a maior riqueza que podemos ter na vida são as vivências e os amigos e não o dinheiro, e é por isso que ele se considera “uma das pessoas mais ricas de Portugal”.
Jorge Carneiro

“Ninguém pode pagar o preço que as memórias do vosso coração têm e isso é o mais importante”, é uma das frases mais marcantes que já ouvi.
Vitória Guedes
Conclui que o importante não é o valor das coisas em si mas sim o valor que as coisas têm para nós.
Patrícia Pires
Com o seu dinheiro, Gonçalo Cadilhe não compra as coisas que geralmente nos dão prazer, compra o viver as coisas que pode guardar sempre com ele no coração.
Marta Pinto

Com ele aprendi que não é preciso ter dinheiro para fazer viagens de sonho, mas sim vontade, coragem e espírito aventureiro.
Sara Monteiro

Também me impressionou que, depois de tantas viagens, não esteja cansado de viajar, pelo contrário, parece muito contente com a sua vida.
Rui Ribeiro

A razão pela qual escolheu a sua profissão também me deixou pensativo em relação ao meu futuro. Será que sigo os meus sonhos ou, simplesmente, invisto em algo que me traga dinheiro? É uma decisão que tenho que tomar com o tempo.
Emanuel Pinto

Para saberes mais sobre Gonçalo Cadilhe vai a http://www.goncalocadilhe.com/.





Texto: 10ºL
Fotos: J.Costa

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Palestra com Gonçalho Cadilhe

Hoje às 19, 30h e amanhã às 10.00h no Auditório 1.
Iniciativa do Departamento de Ciências Sociais e Humanas.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Bonne Fête des Rois


Um grupo de alunos das turmas A e D do 7ºano relembrou a "Bonne Fête des Rois", através da venda de produtos da doçaria francesa. Esta iniciativa, que se realiza anualmente no âmbito da disciplina de Francês, tem tido um objectivo solidário. Este ano, o produto da venda reverteu a favor da aquisição de uma cadeira de rodas eléctrica para Sara Vieira. Não faltou a tradicional Galette des Rois, de fabrico caseiro. Desde já, a Sara agradece este acto de carinho dos simpáticos colegas da "Camilo".

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Concursos de Natal

Concurso "Sentir Natal"

1º Prémio
Sentido Natal


Há muito tempo atrás, o Natal era celebrado em família (umas famílias grandes ou pequenas, o importante era ter companhia numa noite tão “acolhedora”), havia sempre uma grande alegria e uma paz imensa, ninguém faltava a esta grande festa tão especial.
Os tempos vão mudando, a tradição continua sempre, mas infelizmente existem pessoas que não têm companhia nesta noite ou pessoas pobres que nem a uma sala quentinha, nem a uma boa refeição e nem a um presente podem ter direito nesse dia.
Vou contar uma história que se passou nesse tempo.
O Ricardo era um rapaz que tinha tudo o que queria e era muito feliz. O Eduardo era pobre e vivia na rua, só tinha um caderno para levar à escola, vivia sozinho (não sabia da família), e só tinha oportunidade de comer duas vezes por semana (numa instituição).
O Ricardo andava na mesma escola que o Eduardo, tinham ambos treze anos, o Ricardo gostava muito de se meter com as pessoas mais caladas, como o Eduardo e o Eduardo ficava mesmo triste por ouvir as coisas brutas e provocantes de um colega de escola.
- Eduardo! E essa roupa? Não compras outra?! Está toda rota! Ah!Ah! – provocava o Ricardo – Não te dás com ninguém, és anti-social?
O Eduardo virava as costas com os olhos em água, contido pela tristeza, e todos os dias era a mesma coisa…
Passado uns dias depois do Ricardo sair da catequese às 19.30, passou por uma rua onde viu o Eduardo a sair da instituição, o Eduardo com muita vergonha começou a correr e o Ricardo tentou apanhá-lo para falar com ele mas sem êxito.
O Ricardo não dormiu sossegado e mal dormiu a pensar no Eduardo e nas coisas brutas que lhe dizia.
No dia seguinte o Ricardo procurou o Eduardo, viu-o sozinho e foi falar com ele:
- Olá! Desculpa as coisas que te digo todos os dias, peço imensa desculpa! E agora desculpa a pergunta, és um sem abrigo?
- Sou … - disse o Eduardo com uma lágrima no olho – não tenho família, não tenho casa e está a chegar o Natal e não tenho onde ficar… O Ricardo arrependido pelas suas atitudes tentou animar o amigo e propôs u ma ideia que teve: - Sei que não somos muito amigos, mas queria mudar isso…. Se não te importares falo com os meus pais sobre a tua situação e como no meu quarto tenho duas camas, uma para o meu primo que vem no Verão passar uns dias, e a outra para mim, mas nas outras estações do ano a cama está vazia e pode ser ocupada por ti, tenho roupa que te serve e já não uso e era como se fosses meu irmão, no Natal tinhas direito a tudo que existe de bom. Pode ser? Que achas?
O Eduardo gostou da ideia e o Ricardo ligou logo para os pais, explicou-lhe a situação do amigo e os pais do Ricardo pediram para levar o Eduardo lá a casa.


2º Prémio Concurso “Sentir Natal”
Cartas em segredo

Os meus irmãos mais novos,
Gostam muito de te escrever,
E eu como sou mais velha,
Não lhes posso dizer.

Na escola e em outros lugares,
Seria muito, muito gozada,
Por isso peço-te, Pai Natal,
Não lhes digas nada.

O que eu te peço este Natal,
É paz e amor em todo o Planeta,
Mas como sei que é difícil encontrá-los,
Mando-te também uma luneta.

Sei que estranho enviar-te isto,
Mas é para encontrares a pessoas más,
Que pegam fogo às florestas,
E não as deixam em paz.

Não estou a dizer que tens má vista,
Mas é que já estás a ficar velhinho,
Deve ter sido de andares estes anos,
A entregar os presentes com tanto carinho.

Esqueci-me de te dizer,
Conheci um rapaz na semana passada,
Deu-me uma rosa branca,
Ah, estou tão apaixonada!

Falamos longas horas,
Disse-me que te conhecia,
Falou-me do espírito natalício,
Disse que o mundo já não o sentia.

Fiquei muito horrorizada,
Como pode isto acontecer?
A minha tarefa este Natal,
Vai ser por o espírito natalício a renascer.

O coração das pessoas,
Vai encher-se de alegria,
Vão cantar maravilhosas canções,
Em perfeita sintonia.

Podes estar descansado,
Ele não vai ser esquecido,
Mas não te esqueças de entregar os presentes,
Que já havias prometido.

Não te esqueças de guardar segredo,
Estas minhas cartas,
Ninguém pode descobrir,
Senão eu prendo às tuas renas as patas.

Vou sentir falta de ti,
Mas eu vou me despedir,
Já se está a fazer tarde,
E eu tenho de dormir.

Adeus querido amigo,
Até ao dia de Natal,
Vê lá se não te cansas,
Isso na tua idade só faz mal!

Márcia Nogueira, 7ºC

3º Prémio Concurso “Sentir Natal”

Sentir o Natal
O Natal …
Época do ano
Sem outra igual.

As crianças andam felizes,
As crianças dão as mãos
Esperam o Pai Natal
E festejam como irmãos.

Ouvem-se músicas natalícias,
As famílias reúnem-se,
As mesas estão recheadas de delícias.

Abrem-se os presentes,
Todos estão contentes.

A alegria paira no ar…
Esta alegria deve-se apenas a uma causa….
E essa causa é o Natal!
O meu, o teu, o Natal de todos nós!
Vamos vivê-lo, partilhá-lo e sermos felizes.

Ana Sofia Nóbrega de Oliveira, nº2, 8ºC


4º Prémio
O meu feliz Natal
De manhã, pelas oito horas, acordava toda a minha família, desde pais até aos avós, acordava todos!
Depois, eu gritava muito alto, dizendo:
- É Natal, é Natal vamos abrir as prendas!
Lá íamos todos abrir os presentes. Era tão divertido, lindo, alegre parecia um sonho.
Depois vestíamos roupas muito quentes e íamos para a rua brincar com a neve. Chegámos a fazer um grande boneco de neve.
A minha família toda junta era a coisa mais bonita do mundo.
Considerava-me a menina mais feliz do mundo, mas um dia os meus pais separaram-se e eu fui para uma instituição. Desde aí o Natal nunca mais foi o que era.

Lara Teixeira, 7ºF

Enviado por Rosa Canelas

Concurso “ Sentir Natal”
Disciplina de Espanhol
1º lugar
La Navidad para mí es una época mágica porque nosotros nos olvidamos de todo el mal que nos ha pasado durante el año. Este momento también es mágico porque nos juntamos con nuestra familia que ya no veíamos hace un año y celebramos todos juntos esta noche. Me gusta la Navidad principalmente por los regalos.
Bruno Sousa – 9º A – nº6
David Mendes – 9ºA – nº9
2º lugar
La Navidad es paz, amor y felicidad en familia, vienen los Reyes Magos y traen muchos regalos.
Ana Paulo – 7º G – Nº 3
Resultados do Concurso
"Carta a los Reyes Magos"
Ensino Secundário

1.º Lugar: Daniel André de Carvalho - Escola Secundária do Morgado de Mateus
- Vila Real
“Carta a los Reyes Magos”

Laponia, lunes 13 de diciembre de 2010

Queridos Reyes Magos:
Me llamo Papá Noel, tengo 100 años y vivo en Laponia.
Este año he sido muy bueno: me he comido todo lo que me ponían en el plato y he recogido todos los juguetes. Por eso quería que me trajerais lo siguiente:
- Quiero que acabe la pobreza y también quiero que el Primer Ministro José Sócrates deje de ser Primer Ministro.
Me puedes dejar los regalos en mis calcetines que los encontrareis en el comedor. Para vosotros y para los camellos dejaré pastas y moscatel.
Así me despido,
Papá Noel
PD: Cuando lleguéis a mi casa, tened cuidado con mi perro, porque el dueño está arrestado.


2.º Lugar: Joana Barreiro - Agrupamento Vertical de Escolas de Vila Pouca de Aguiar Sul - Vila Pouca de Aguiar

Barcelona, 2 de diciembre de 2010

Queridos Reyes Magos:
¡Ha llegado, una vez más, la Navidad! Sin duda, habréis recibido muchísimas cartas, ¿no es verdad? Creo que la gran mayoría de las cartas que recibís son de niños que quieren juguetes, muñecas, golosinas, en fin, una lista interminable de pedidos materiales.
¿Qué pasa con los sentimientos? ¿Por qué solamente en Navidad se hacen campañas de solidaridad? La gente necesita ayuda todo el año, ¿no es así? Me parece que tenemos que mostrar a nuestros hermanos menores, sobrinos, primos, vecinos, y a nosotros mismos, que hay que ayudar. Solo los seres humanos, son capaces de terminar con el hambre, con la injusticia y con la pobreza extrema…
Entonces, mi deseo más profundo para este año, es que nos ayudéis, que seáis mensajeros de paz, de alegría y de felicidad.
Tenemos tareas muy difíciles por delante, pero nada es imposible cuando lo hacemos con amor por los demás.
Votos de una feliz Navidad para todo el mundo.
Sofía

3.º Lugar: Mariana Sanches Agrupamento Vertical de Escolas de Vila Pouca de Aguiar Sul - Vila Pouca de Aguiar

Carta a los Reyes Magos

Queridos Reyes Magos:
Empiezo por pedir que 2011 sea un año con tan buenos momentos como el año que está acabando.
Os pido también que nada material me falte porque lo que tengo es ya más que suficiente, pues hay gente muriendo de hambre y sufriendo malos tratos por parte de quien más aman. Sería injusto, de mi parte, si pidiese que los reyes acabasen con el hambre y con todo lo que va mal en el mundo, pues depende de todos nosotros. Os agradecería que hicieseis un lavado de cerebro a todos los habitantes de la tierra y el egoísmo y la crueldad abandonasen nuestro pensamiento.
Aguardo ansiosamente el nuevo año y con esperanza de un mundo más igual.
Saludos,

Anairam Só

Ensino Básico

1.º Lugar: Ana Sofia Martins Olival - Escola Secundária de São Pedro - Vila Real


MI DESEO

Queridos Reyes Magos:
Os escribo esta carta porque este año tengo que hacer una petición muy importante y quién mejor que vosotros para realizarla.
No voy a pedir ser muy rica, ni que el chico que a mí me gusta se enamore de mí. Quiero algo muy sencillo: os pido una estrella.
La que os pido no es como las demás, tiene una característica muy especial: no realiza deseos de las personas que la miran. Entonces, os preguntaréis que para qué quiero una estrella que no realiza deseos. Bueno, esa es la parte final y, sin duda, la parte más importante de mi petición. La estrella de la que hablo es la estrella de la esperanza. Me han dicho que en estos tiempos es una cosa muy difícil de encontrar. Así espero que consigáis traérmela.
Un saludo de la esperanzada y feliz, Ana.

2.º Lugar: Ana Sofia Nóbrega de Oliveira - Escola Secundária C/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

Un Mundo mejor

Queridos Reyes Magos…
Este año no voy a hacer una lista muy grande…Me he dado cuenta de que este mundo está en un estado degradante. Al principio no quería creerlo, pero si es la realidad, no vale la pena, continuar pretendiendo que no la vemos.
Algunos tienen todo, otros no tienen nada…
Algunos mueren de hambre, otros en medio de la abundancia no saben lo que comer…
Algunos mueren en el frío, otros no pasan una noche sin calefacción…
Así que este año, queridos reyes magos os pido que la estrella que os ha guiado al niño, también guíe a todas las personas por buenos caminos.
Que no haya egoísmo y tampoco hipocresía, sino paz, compartir, igualdad y alegría, y que este mundo sea un mundo de verdad y de justicia.
Reyes Magos, ayudadme con esta petición, haced del Mundo, ¡un Mundo mejor, donde no haya conflictos y donde el amor reine!





3.º Lugar: Inês Duarte Carvalheira - Agrupamento vertical de Escolas Dr. João de Araújo Correia - Régua

Lunes, 13 de diciembre de 2010

Queridos Reyes Magos, todas aquellas Navidades que pasé, siempre pedía un montón de cosas que necesitaba, pero me di cuenta de que en la Navidad lo más importante no es la cantidad, sino la cualidad. Así que os pido, Melchor, Baltasar y Gaspar, que esta época de vacaciones lo único que quiero es que mi hermano pueda vivir sano y muchos momentos felices conmigo. Nuestra felicidad no se logra con grandes y caros regalos, que rara vez los usamos, sino con pequeñas cosas que ocurren todos los días.
Besos:
Néh

Prémio extraordinário - LA MÁS DIVERTIDA

Patrícia Helena Silva Soares - Agrupamento Vertical de Escolas Dr. João de Araújo Correia - Régua

Lunes, 13 de diciembre de 2010
Hola Reyes Magos,
Mi nombre es María, tengo 14 años y vivo en Portugal.
Os escribo porque estaba pensando cómo seriáis en la actualidad: camellos sustituidos por Ferraris, ropa ancha sustituida por las ropas de los Jonas Brothers y la estrella que utilizáis para seguir el camino correcto, sustituida por un GPS. Habrán cambiado también los regalos, oro, incienso y mirra: Baltasar ofrecería una semilla de un árbol que da de comer; Gaspar daría una gota de agua para calmar la sed y Melchor ofrecería mil euros para los regalos de Navidad.
Pensad en esta propuesta y tratad de venir este año.
Besos,
María.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Palestra com Gonçalho Cadilhe


É já nos próximos dias 10 e 11 de Janeiro! Viaje também nas palavras!

Sala de estudo solidária

A todos quantos por aqui passaram no ano findo e àqueles que por cá passem desejamos um bom ano 2011 cheio de sucessos.
Agradecemos aos alunos do 8º Ano da disciplina de Educação Tecnológica as prendinhas que lá deixaram e que tornaram a Árvore dos desejos bem mais aprazível. Gostaríamos de continuar a ter a vossa artística participação!
Prometemos continuar a "animar" este vosso espaço para que nele se sintam confortáveis enquanto estudam ou fazem uma pequena pausa lectiva.
Bom ano a todos!

Enviado por Brízida Azevedo

sábado, 1 de janeiro de 2011

Janeiro, 2011

A demografia tem tido sobre si o foco informacional ao longo dos últimos anos, como um dos pontos nevrálgicos de sustentabilidade do Estado Social, bem como de um conjunto transversal de políticas que inclui, por exemplo, a imigração, factor decisivo para o crescimento das populações nacional – e enquanto comunidade nacional crescemos em cerca de 10 mil pessoas, em 2010, devido, precisamente, ao factor (i)migratório - e europeia (e, bem assim, para a resistência dos sistemas de segurança social nestes quadros territorial e político). Esse olhar, urgente e necessário, para a realidade que nos é mais próxima – baixas taxas de fecundidade e não reposição geracional - e para as soluções a enquadrar neste âmbito – sejam respostas que visem o combate a esta tendência (soluções passíveis de enquadrar no domínio da políticas orçamental, fiscal, de legislação laboral, educativa, habitacional, entre outras sedes), sejam respostas que auxiliem no imediato, enquanto estruturalmente não se alcança a mudança neste estado de coisas (por exemplo, no domínio das políticas destinadas às gerações mais velhas, mas também no campo das acessibilidades dos equipamentos, das infra-estruturas), não deve impedir-nos de ampliar o nosso posto de observação: globalmente, a população cresce a um ritmo acelerado (mesmo que o ritmo de crescimento tenha vindo a diminuir, mesmo que as taxas de natalidade tenham vindo a baixar). Sobretudo, nos países menos desenvolvidos esse crescimento é sentido. E, nestes, mais nas áreas rurais e menos alfabetizadas – ou com menor escolarização – do que nas áreas urbanas (mas é para estas que depois se dirigem, em massa, as pessoas, formando megalópoles impressionantes). O número de Janeiro da edição portuguesa da revista National Geographic não deixa de proporcionar uma boa aproximação ao tema, com o aflorar de algumas das mais célebres teorizações sobre o assunto, num debate com grande lastro histórico. Sim, porque se, como dissemos na abertura deste reparo, nos últimos anos a questão demográfica tem assomado em virtude dos modos de sustentação do Estado Social, desde o séc.XVII a demografia é problematizada nos termos que, de um modo simplista, podemos resumir Malthus, economista e sacerdote inglês, no final do séc.XVIII: a população cresce necessariamente mais depressa do que os géneros alimentares necessários. Ou, se preferirmos, o crescimento descontrolado da população conduz à fome.
Ou seja, se na realidade (geográfica, territorial, social, económica, política) que nos é mais próxima, identificamos o fraco crescimento populacional ou até um futuro decréscimo – mas fundamentalmente, a perda de uma sociedade mais jovem – como uma nuvem escura que pende sobre nós (sobre o factor trabalho, segurança social, capacidade de inovação, de empreendimento, de esperança), já de um ponto de vista global muitos se sentem alarmados com o crescimento de 80 milhões de pessoas anualmente. E são capazes de cruamente colocar o problema nestes termos: haverá um número excessivo de pessoas? Contesta-se, não sem razão, a própria pergunta com uma outra: pode alguma vez a pessoa ser excesso? A que ponto se degrada a nossa noção de pessoa quando esta é percepcionada como indesejada, descartável? Replicam: pois que a diminuição do número de nascimentos, em muitos países, teve a ver, muito pelo contrário, com a redescoberta, com a valorização – ou revalorização – da pessoa – pois que aquilo que esta necessita para harmoniosamente se desenvolver, não sendo mera força de trabalho como outrora, nem morrendo já necessariamente, as mais das vezes, muito cedo, implica um esforço que não condiz com a possibilidade de cada mãe, cada família, poder ter, digamos, oito ou nove filhos.
Bom, o que podemos e queremos concluir é que a questão do número de habitantes na Terra não se reconduz a um cálculo laboratorial do espaço e recursos disponíveis, chegando-se, pois, a uma conclusão sobre um quantitativo supostamente desejável de gente no nosso planeta. Não. A liberdade que nos define, a criatividade e engenho dos humanos, por um lado, fizeram com que as profecias mais pessimistas sobre a escassez de recursos não se tenha verificado – conseguimos, sempre, dar a volta; e porquê? Porque fomos criando novos instrumentos, produzindo mais, gerindo melhor – por outro lado, se não consideramos o humano supérfluo temos de fazer opções e temos essa capacidade: “Para mim, comer menos carne parece mais razoável do que dizer: “Tenham menos filhos!”, comenta, sugestivamente, Hervé Le Bras, a fechar a reportagem da National Geographic, uma revista que coloca, em muitas das peças, uma ambiguidade precisa, sopesa os argumentos dos vários prismas em confronto, não deixa de tomar partido, tem um óptimo papel e fotografia. Neste primeiro número de 2011, Robert Kunzig, o editor de Ambiente que assina este tema de capa, conclui que “há séculos que os defensores dos cenários pessimistas arremessam avisos apocalípticos aos optimistas congénitos. Até agora, em termos gerais, a história tem favorecido os optimistas: no entanto, a história não é um guia infalível para o futuro. Nem a ciência, pois esta não pode prever o resultado do confronto entre a demografia e o planeta, porque todos os factos do desafio dependem de escolhas que ainda teremos de fazer e de ideias que ainda nos surgirão”.
Esta é a primeira de várias reportagens, sobre a problemática da demografia, que a revista nos oferecerá ao longo deste novo ano. Um dos assuntos que irão, certamente, prender-nos nos próximos 12 meses.

Bom início de ano, Boa Semana.

Pedro Seixas Miranda