Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

quinta-feira, 22 de julho de 2010

EDUCAÇÃO COMPORTAMENTAL

A nossa sociedade é regida por pessoas que têm grande poder, e a autoridade é uma simples fonte de poder. É a base de qualquer tipo de organização hierarquizada, sobretudo no sistema político. Transmite a mensagem de ordem sem dar razões ou algum argumento de justificação; e os indivíduos, sujeitos a esta autoridade, aceitam e obedecem sem questionar.
Quando alguém resolve abusar do seu poder de autoridade e usa critérios particulares para fazer valer a sua vontade, muitas vezes é pessoal e não baseada em critérios justos. Alguns exemplos disso são o abuso da autoridade com base na mesma ou no preconceito; políticos que acham que podem tomar decisões de autoridade sem consultar democraticamente o povo que os elegeu, não percebendo que só têm essa autoridade, porque foi o povo quem os colocou lá e, por conseguinte, deve-lhes explicações. Tipicamente, o abuso de poder é uma forma de ditadura. O poder dos pais sobre os filhos na família, o professor sobre os alunos na escola, o poder de um empresário sobre os seus funcionários, o poder de um chefe militar sobre os seus soldados, entre outros, são também alguns desses exemplos.
Devido à educação e a outros factores, as crianças mimadas tornam-se caprichosas e pouco sociáveis. Isto há-de trazer-lhes problemas de aceitação entre os amigos na escola, e irá dificultar a sua maturidade psicológica. A criança que é bem aceite pelos companheiros, pelas suas qualidades pessoais, tem uma grande percentagem de probabilidade de um bom amadurecimento psicológico no futuro.
No então, o castigo é inevitável, pois é moralmente impossível que as crianças não cometam alguma falta. O castigo deve facilitar à criança o caminho da honradez, da obediência, da aplicação, etc., para fazer dele um homem moral. O castigo, mais do que para pagar pela falta cometida, deve servir para a correcção. Para que assim seja, não é necessário que a criança reconheça a falta e a justiça do castigo. O castigo tem muito mais valor quando a criança o aceita voluntariamente, ou quando é ele mesmo quem o impõe.
É preciso ter tacto para corrigir com eficácia. Pouco se consegue com apenas ferir e humilhar. É preciso despertar o sentido da própria estima. Uma correcção eficaz deve deixar sempre aberta uma porta à esperança de superação.
Se é importante para uma boa educação saber manejar o castigo, não o é menos, saber utilizar um elogio. A recompensa pedagógica pode revestir-se de muitas formas: um olhar de aprovação, um gesto carinhoso, uma palavra, a concessão de uma autorização desejada, uma prenda, etc. Mas também não se deve ser excessivo nos prémios e louvores, pois perderiam eficácia e correr-se-ia o perigo de tornar a criança egoísta, levando-a a fazer o bem apenas com intenção de ganhar o prémio e a recompensa.
O estímulo é mais eficaz que a repreensão. A criança não deve ser demasiado mimada, pois toda a arte da pedagogia consiste em saber sorrir e dizer não aos filhos no momento certo e da maneira exacta. Caso contrário, as crianças mimadas em vez de se tornarem pessoas adultas maduras e preparadas para as dificuldades da vida tornar-se-ão adultos bebés, pois nunca crescerão ao ponto de serem independentes e granjearem amizades e laços com outros. Nunca saberão lidar com os problemas de uma forma positiva e consequentemente ultrapassá-los. Assim, essas pessoas irão tornar-se egoístas e centrar-se-ão somente na sua vida e nos seus próprios objectivos.
A palavra egoísmo é derivada de um ego doentio que faz com que a pessoa passe a pensar apenas em si mesma, a desconsiderar os pontos de vista dos outros, valendo-se, unicamente, do que entende e acredita como sua, a verdade. Sendo assim, é incapaz de se colocar na posição e situação de outrem, de agir de forma desinteressada, já que os seus pensamentos, sentimentos e atitudes são sempre voltados para a satisfação dos seus próprios interesses.
O egoísta traz dentro de si a necessidade urgente de ser sempre o melhor em tudo que faz, de ser a pessoa mais interessante do grupo a que pertence, de obter o sucesso incondicional em todos os seus empreendimentos. É sempre movido por más intenções, sente inveja dos outros, cobiça as coisas alheias e, por isso, não hesita em buscar sempre uma forma de destruir aquele que escolheu como “rival”, utilizando inúmeras artimanhas, que não apresentam moral. Odeia ser contrariado. Para se afirmar como pessoa, necessita vencer, a qualquer preço e, para atingir seu objectivo, não apresenta o menor escrúpulo ou remorso em utilizar mentiras.
Trata-se de um ser humano que está sempre voltado para a conquista do poder, pouco se importando com a forma como ele poderá ser conseguido; pensa e age de forma racional e nunca permite ser levado pelas emoções; não se preocupa jamais com os danos e prejuízos que possa causar a quem quer que seja. Deduz que é um ser predestinado ao sofrimento, pois, pouco aprende com a dor e com o sofrimento, já que as suas escolhas são normalmente ditadas pelo seu ego centrado apenas em si mesmo, não sendo capaz de se envolver e de desenvolver sentimentos maiores e positivos, como a solidariedade, a fraternidade e a humildade.
Conviver com as diferenças é um desafio inerente a todo o ser humano. Para se criar, crescer e aprender, todo o indivíduo precisa que outra pessoa lhe ensine as práticas da vida como comer, andar, falar, etc. A educação comportamental tem um grande papel na criação da pessoa como ser humano. Nenhuma pessoa é uma "ilha" para viver isolado do resto mundo, portanto conviver com outros seres humanos é necessário, surgindo então o desafio de se conviver com as diferenças, pois não existe uma pessoa igual à outra, cada indivíduo é único no universo.
É certo que o desafio de conviver com as diferenças é uma tarefa árdua, mas precisa ser encarado como uma necessidade humana, pois ao respeitar o próximo, certamente abriremos espaços para que as nossas diferenças também sejam respeitadas. Ao entender e compreender o outro, abrimos uma porta para que a outra pessoa também tente entender e compreender-nos.
É preciso que entendamos que cada pessoa tem a sua forma de ser, as suas particularidades são o que a torna diferente das demais pessoas, portanto essa pessoa não é obrigada a ver a vida da mesma maneira que nós. O outro tem o direito de ver a vida, e avistar situações de uma maneira diferente da nossa.
Quando aprendemos a entender o outro como um ser que tem gostos, experiências e sentimentos peculiares, que são diferentes, mas não menos nobres e importantes do que os nossos. Quando aprendermos a enxergar o outro como um ser diferente, mas especial, teremos então um mundo mais justo, de igualdade e com menos violência, e consequentemente pessoas mais felizes.

Texto de
Marina Ribeiro, EFA C7;CLC
Enviado por A.Andrés

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