por Gracinda Marques em " Rostos do Douro" (foto: João Costa)
Em 1912, na quinta classe, fez exames às disciplinas de Inglês e Francês no Liceu de Vila Real.
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Óscar Lopes e António Houaiss em S. Martinho de Anta, no I Congresso Internacional sobre Miguel Torga,1993.
( foto: João Costa)
Foi professor no liceu de Vila Real no início da década de 40 do século XX.
Em 15 de maio de 1937 a Tuna Académica da Universidade do Porto visita Vila Real e realiza um Sarau de gala no Teatro Avenida, em favor do Hospital da Misericórdia. São recebidos na Câmara e no Liceu. Santana Dionísio, professor do Liceu Camilo Castelo Branco, fez a
apresentação da Tuna, num belo discurso, do qual retiramos este excerto:
“-Na verdade a música é a mais perene
e humana das artes. Se ela é ou não eterna, não é legítimo afirmá-lo. O que
pode assegurar-se é que ela só desaparecerá com o último homem. Onde está a
alma humana estão a esperança e a desesperança indefinidas, está a
reminiscência de não se saber o quê, está o devaneio e o sonho. Qual a voz para
exprimir as causas desses indeterminados estados de alma? Esses anseios sem
objectivo? Esses inefáveis anelos do nosso espírito? Todas as Artes nasceram
para o tentar dizer. Mas verdadeiramente só a Música levou ao extremo da
veemência e ao mesmo tempo da discrição essa aspiração de entendimento
essencial e comunicação essencial do mundo e de nós próprios. A música é uma
espécie de brisa, ou antes, um misto de vento e claridade, que abre no nevoeiro
do insondável abismo que é o Universo, fundas clareiras através dos quais, em certos
instantes fugitivos e supremos, parece antever-se a sua mais recôndita
essencialidade. Como é que o homem poderá prescindir algum dia dela?
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