Ali está ele, perto do meu quintal, o
poço, que dizem não ter fundo…
Debrucei-me e vi escuro, apenas. Não queria atirar uma pedra. Era
crucial, para mim, a curiosidade, aquele desejo de saber e ao mesmo tempo não
saber…afinal, a curiosidade matou o gato…serei eu o gato? Ou a curiosidade que
o matou? Infinitas possibilidades de alguma coisa acontecer… A minha efémera
vontade, o meu desejo desistente, o meu cínico sorriso, a cicatriz marcada nos
meus olhos com a intenção de mergulhar naquele poço sem fim…
A cripta do meu coração esconde as vontades mais obscuras e proibidas,
esconde-as do amor, como se fosse ácido para as mesmas. Quem me dera poder
escorraçar o pensamento e a necessidade de saltar para aquele poço, só para ver
se realmente não acabava! Quero que ele acabe? Talvez não…talvez ponha fim à
curiosidade que me corrói por dentro, que me come viva, como se estivesse com
fome.
O espectro do poço assombrava-me durante a noite, fazia-me arrepiar até
aos ossos, estes que não se sentem satisfeitos estando neste corpo. Comecei a
estrebuchar. Maldito poço, maldito gato, maldita cripta!... Cansei-me, por fim.
Aquela obstinada curiosidade faz acontecer o eclipse de tudo, ficando apenas
uma coisa…aquela cavidade aberta no solo, que me atormenta.
Levantei-me, pensativa, e caminhei até ao local nunca esquecido. Que escuro…e se o mundo fosse sugado para lá e ficasse retido? Sinceramente não me importava que isso acontecesse, porém continuava sem saber o que estaria lá dentro nas profundezas pretas que ainda me chamam, tentam e provocam.
Os meus olhos reluziam, o gato espreitava com os olhos verdes e pelo preto, o meu coração acelerava devido à ansiedade, e então saltei…
Levantei-me, pensativa, e caminhei até ao local nunca esquecido. Que escuro…e se o mundo fosse sugado para lá e ficasse retido? Sinceramente não me importava que isso acontecesse, porém continuava sem saber o que estaria lá dentro nas profundezas pretas que ainda me chamam, tentam e provocam.
Os meus olhos reluziam, o gato espreitava com os olhos verdes e pelo preto, o meu coração acelerava devido à ansiedade, e então saltei…
Joana
Carvalho, nº14, 8ºE
08/10/13
08/10/13
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