E@D
NA 1ª PESSOA
(E@D
VISTO PELOS ALUNOS)*
10 º A
§ Desenvolvi a
minha autonomia, resiliência e o meu espírito de sacrifício, pois a verdade é que abdiquei, como a maioria das pessoas, da minha rotina habitual e da
convivência cara-a-cara, para passar a ser eu próprio a gerir de forma mais
autónoma o meu tempo mediante as tarefas que tinha de realizar.
§ Este estudo mais autónomo não foi completamente benéfico pois, pelo menos
eu, sempre que estudava sem apoio ficava com muitas dúvidas. Para clarificar
estas dúvidas, existiam as aulas síncronos que, na minha opinião, foram
extremamente benéficas e fundamentais para o funcionamento do ensino a
distância. Os professores sempre se demonstraram muito disponíveis para
esclarecer qualquer dúvida e trabalharam de uma forma surpreendente dado o
ambiente que vivemos. Sempre se mantiveram muito positivos, além disso sempre
consciencializaram os alunos sobre os perigos da Covid-19 e sempre os alertaram
para que cumprissem as normas de segurança.
§ Este E@D trouxe alguma independência,
responsabilidade e permitiu a nós, alunos, termos mais em conta o nosso método
de estudo, permitindo-nos melhorar.
§ Ajudou a desenvolver
mais vários aspetos como a autonomia e o espírito de cooperação.
§ O estuda a
distância aumenta a
autonomia dos alunos; desenvolve
competências digitais, implica maior
diversificação de materiais e flexibilização
horária.
§ Não
achei que isto de aprender sozinho fosse mau de todo, pois eu realmente
consegui refletir bem na matéria e chegar à conclusão de que os professores
precisam de ser mais valorizados, porque não é a mesma coisa estarmos a estudar
a olhar apenas para um livro e estarmos numa aula com o professor a
explicar-nos tudo e a esforçar-se para que os alunos aprendam.
§ Embora
as aulas presenciais sejam muito mais produtivas, o E@D permitiu que eu
melhorasse a minha autonomia.
DESVANTAGENS
Desde o início, a ideia do ensino a distância não me agradou muito por
considerar a interação aluno-professor uma das coisas mais importantes no
ensino. Apesar disso acredito que essa barreira foi ultrapassada com sucesso.
Claro que a interação não é como nas aulas presenciais mas acredito que, dadas
as circunstâncias, lidámos muito bem com a situação.
§ O que posso concluir acerca do ensino a distância é que foi mais
trabalhoso e cansativo devido ao tempo passado em frente ao computador, e um
pouco stressante devido aos vários trabalhos enviados nas diversas disciplinas,
com prazo de cumprimento.
§ Este modelo de ensino traz algumas
desvantagens, pois muitas vezes, quando estávamos nas aulas online, a internet
tinha um sinal fraco e não deixava ouvir os professores, dificultando a
aprendizagem da matéria por parte do aluno. Também outros problemas
informáticos atrapalhavam a comunicação, o que tornou um pouco complicado estas
aulas por videoconferência, porque tanto os professores como os alunos tinham
de repetir o que diziam, várias vezes.
§ Passámos muito tempo em frente a um
ecrã, porque todos os trabalhos e fichas realizadas eram feitas em meios informáticos
e isso fez com que ficássemos mais cansados no final do dia e prejudicássemos a
nossa saúde.
§ O
E@D oferece-nos uma sensação de
conforto que na escola normalmente não teríamos, o que leva a que alguns alunos
se possam distrair com bastante facilidade. Por muito que me esforce para estar
com a máxima atenção nas aulas por videoconferência, por vezes torna-se difícil
manter o foco, quer seja porque o meu cão entrou no meu espaço de trabalho,
quer seja por os meus pais estarem a conversar no quarto ao lado.
§ Neste terceiro período, o ensino a
distância afetou-nos a todos. Nada se compara com o ensino presencial, e as
videochamadas não facilitam: aprender algo nas videochamadas é muito difícil
para mim, porque não consigo manter o foco.
§ No meu ponto
de vista o ensino à distância é muito mais difícil do que o ensino presencial,
pois a elevada quantidade de tempo em frente ao computador provoca bastante
cansaço.
§ As
dificuldades na avaliação e a falta da presença humana são duas grandes
desvantagens do ensino a distância.
§ O E@D é muito mais difícil e cansativo, mas esta situação é, a meu ver,
atenuada já que pelas aulas síncronas os professores conseguem esclarecer as
dúvidas e os conteúdos.
CONCLUSÃO
§ Estava habituada a uma grande
aproximação com os professores e devido ao vírus tivemos de nos afastar, então
preferia não repetir esta experiência.
§ Este tipo de
ensino não é um bom método de aprendizagem e espero que no próximo ano letivo
tudo volte a ser como era dantes, ou seja, que regressem as aulas
presenciais.
§ O ensino à
distância é mais complicado e cansativo por isso prefiro as aulas presenciais.
§ Gostaria de
dizer que, a meu ver, o ensino presencial é melhor do que o ensino à distância.
§ Apesar de tudo, de poder ter aulas em
casa, de não ter de me levantar tão cedo quanto o que tinha para ir para a
escola, de não ter de andar com a mochila carregada, prefiro ter aulas
presenciais.
§ Do que senti
mais falta neste tipo de ensino foi da proximidade e da maior convivência que
costumava existir entre os alunos e os professores em contexto presencial, o
que facilitava muito a nossa aprendizagem, que considero insubstituível e que
vou valorizar muito mais.
§ Este terceiro
período em confinamento foi deveras a maior diferença a nível de ensino com que alguma vez me deparei. Fez-me
aperceber do grande valor da interação entre alunos e professores em sala de
aula e o quão importante é ter alguém dedicado a explicar os conteúdos e
esclarecer dúvidas. Obviamente, foi mais difícil compreender a matéria sem ter
uma explicação presencial ou através de aulas síncronas com duração inferior
àquelas que teríamos numa situação normal. Todavia, acredito que a metodologia
adotada foi capaz de ultrapassar estas adversidades, tornando-nos mais
autónomos e atentos para diversos aspetos da vida escolar que normalmente
ignoramos.
No geral,
acredito que este confinamento foi um tempo de crescimento, não só porque
conseguimos ter aulas num meio mais tecnológico, mas principalmente porque o
empenho de todos nos permitiu ultrapassar as barreiras físicas e aprender,
refletir, colaborar e interagir.
15
alunos da turma A do 10º ano 2019/2020
* Seleção de segmentos de textos escritos pelos alunos que, no final do
período, aceitaram, na aula de Português, o desafio proposto de fazer uma
reflexão acerca da experiência individual do E@D.
Profª Mª João Cunha
9º C e 9º D
EVOLUÇÃO
§ Primeiramente, toda a gente estava
entusiasmada porque era uma nova experiência.
§ Durante as primeiras duas semanas,
tanto os professores como os alunos se encontravam empolgados. Os alunos
ligavam as câmaras sem qualquer problema porque, sinceramente, todos tínhamos
saudades uns dos outros; além disso, as aulas não eram tão “puxadas”…
§ Entretanto, com o passar das semanas, a
“previsão do tempo” mudou: iniciou-se uma chuva torrencial de trabalhos de
todas as disciplinas e a partir daí, o entusiamo dos alunos caiu a pique…
Todavia, também os professores estavam cansados e talvez bem mais que os
próprios alunos e eu sou testemunha disso: sou filha de dois professores e
nunca vi os meus pais tanto tempo seguido em frente a um computador nem a
queixarem-se tanto de corrigir trabalhos. Portanto, eu pessoalmente acho que
isto desgastou qualquer pessoa…
§ No início foi muito difícil adaptar-me
a este conceito, pois não estava muito habituada a lidar com o computador para
a elaboração de trabalhos, mas com o tempo lá fui apanhando o jeito.
ASPETOS
POSITIVOS
§ Esta
forma de ensino à distância exigiu mais autonomia e responsabilidade dos
alunos, pois tínhamos que gerir o nosso tempo sem termos ninguém a obrigar-nos
a fazer as tarefas, para além de nós mesmos.
§ Eu
gostei bastante desta experiência pois ajudou-me a desenvolver a minha
autonomia, a confiança em mim mesma e a responsabilidade.
§ Na minha opinião, o ensino a distância
é um método de educação eficaz no tempo que estamos a viver agora. Os
professores estão a dar trabalhos suficientes para manter os alunos ocupados e
dão tempo suficiente para os submeter, não tenho nada de negativo a apontar
acerca do ensino a distância a não ser a falta de estar com os colegas e
professores. Acho que todos nós estamos a dar o nosso melhor para que isto
resulte e possamos voltar às nossas vidas normais. Tenho a certeza de que
se todos trabalharmos juntos isto vai passar rápido. Até lá, continuaremos a
lutar.
§ Este
método favorece a manutenção de uma rotina, que me possibilitou enraizar
métodos de estudo e aprendizagem autónoma.
§ Agora, que me adaptei, parece que quando estou em casa me empenho
mais nos trabalhos; tenho tido melhores notas em trabalhos desde que estou em
casa do que dantes, na escola.
§ Tenho a
oportunidade de passar mais tempo com a minha família e aprender mais sobre mim
mesma em uma extensão mais ampla, além de amadurecer a minha mentalidade. Tornei-me
mais “madura” e criativa.
§
É uma boa oportunidade para os alunos
desenvolverem mais a autonomia, que é extremamente importante. Por outro lado,
também se desenvolveram aptidões com as tecnologias.
§
Aprendemos a ser mais autónomos e temos mais
tempo livre, devido a não terem de ser
feitas viagens da escola para casa e de casa para a escola.
§ A
modalidade de aulas por videoconferência tem sido a escolha mais adequada para
esta situação pandémica, mas devido aos problemas da internet que possuo na
zona onde moro, não correram como o esperado.
§ A
minha escola forneceu a alunos material informático para eles poderem ter
acesso às aulas do E@D.
§ Apesar
de, infelizmente, nem todas as crianças e adolescentes terem acesso à internet,
tornando impossível que esses alunos tenham aulas, o Estado, com o intuito de
os ajudar, criou um plano de aulas via TV para todas as idades, desde o 1º ao
9º anos. Também várias empresas juntamente com o Estado têm trabalhado para
fornecer computadores com internet para alunos que não os têm.
DESVANTAGENS
§ Sentia
sempre uma pequena ansiedade pois nunca tinha a certeza se faltava fazer algo
que não tivesse visto, ou talvez esquecido.
§ Acho
bem mais eficiente o ensino presencial, já que a interação com os professores é
constante e independente de falhas da tecnologia (as quais são dos maiores
problemas quando falamos em ensino à distância). Além disso, a partir do
momento em que nos encontramos em casa, a distração torna-se fácil: por um
lado, temos tudo à nossa disposição e por outro, ninguém nos impede de usar o
que queremos.
§ Sentia
sempre uma pequena ansiedade pois nunca tinha a certeza se faltava fazer algo
que não tivesse visto, ou talvez esquecido.
§ É mais
difícil entender a matéria.
§ Penso
que alguns professores poderiam ter sido mais razoáveis na quantidade de
trabalhos que mandaram, porque devido a essa sobrecarga houve muita pressão
sobre nós, alunos, para que os prazos fossem cumpridos.
§ Não
tenho tempo para me distrair, como ir à varanda apanhar sol, passear
o meu cão, entre várias outras coisas que me fazem falta e que sempre tive
tempo para realizar durante as aulas presenciais. A realidade é que passamos o
dia todo em casa em frente ao computador a realizar trabalhos e a assistir
às aulas.
§ Com os
problemas da net, acabamos por não compreender tudo, o que influencia o nosso
estudo. Por outro lado, em casa acho que não há tanta concentração, porque na
escola estamos, por assim dizer, num ambiente de trabalho; em casa não acontece
o mesmo devido às diversas distrações.
§ Os
alunos estão no seu local de conforto, o que dificulta a concentração e a
aprendizagem.
§ Por vezes sinto-me sobrecarregada com a
quantidade de trabalho que temos de cobrir. Isto
despoleta sentimentos de incompreensão e frustração.
§ Nós dependemos dos meios
tecnológicos, o que não é muito bom porque nunca sabemos o que pode acontecer,
o nosso meio de estudo pode avariar.
§ Sou
capaz de procrastinar facilmente em casa e ter aulas na cama não é a melhor
ideia. Além disso, muitas vezes, para um aluno perceber a matéria dada, é só
preciso um “empurrão” do professor que nem o aluno sabia que precisava, o que
com aulas virtuais nem sempre é possível obter.
§ Apesar de ser bom não nos deslocarmos enfrentando o
perigo de contágio, o E@D está a ser um pouco mais cansativo do que as aulas
ditas normais, no ensino presencial. Temos de nos saber organizar melhor e
saber gerir o nosso tempo; além disso, não estávamos habituados a estes métodos
escolares, assim como, ter um trabalho autónomo mais regular e exigente. Penso
que as aulas desta forma nos ocupam mais o tempo de lazer e começamos a ficar
um pouco saturados dos trabalhos, das aulas online e ainda das aulas pela
televisão. Acresce a esta situação o facto de nem todos os alunos terem meios
para assistir às aulas online. Eu, por exemplo, tenho problemas com a internet,
pois são três pessoas a utilizá-la em minha casa, basicamente todo o dia; a
minha irmã é estudante universitária, a minha mãe é professora e eu, sendo
também estudante e a mais nova, sou a
que acabo por não conseguir aceder tão bem à internet.
§ Outra
grande desvantagem tem a ver com a rede de internet que muitas vezes falha e
impossibilita as aulas por videoconferência, por exemplo.
§ Acho
que este tipo de aulas devia ser para consolidar matéria, e não para dar
matéria nova: aumentou-me as dificuldades de aprendizagem, senti maior
frustração e desmotivação. Não consigo perceber porque é que aumentaram o 3º
período, pois foi demasiado cansativo para nós.
§ Tenho
dificuldade em me concentrar, por isso sinto a necessidade de supervisão por
parte dos professores, sendo essa uma das vantagens do ensino presencial.
§ A minha
experiência com este método de ensino não está a ser o melhor, pois como o meu
computador e tablet não são novos, por vezes não aguentam.
§ É
difícil manter a concentração como nas aulas presenciais e nem sempre
conseguimos realizar tudo a tempo.
§ Sempre
é mais difícil compreender as coisas, até porque nem todos têm
aparelhos tecnológicos ou uma boa internet para conseguirem aceder à aula. A quantidade de trabalhos é, por vezes, um
pouco exagerada, apesar de não termos as mesmas exigências a que estávamos habituados nas aulas presenciais.
CONCLUSÃO
§ Para concluir, penso que esta forma de
ensino não foi perfeita, tal como não o é o ensino regular, ou seja,
presencial. O que eu tiro deste 3º período é experiência e preparação para uma
vida repleta de problemas para os quais nos temos que adaptar e ser versáteis.
§ Para mim foi mais positivo do que
negativo embora tenha que aumentar a graduação dos meus óculos devido ao
computador…
§ Eu prefiro as aulas presenciais: estar
com a turma, com os professores e com os amigos.
§ E@D foi uma boa solução para
continuarmos a ter aulas, porém não o trocaria pelas aulas presenciais.
§ Depois
desta experiência, comecei a valorizar mais as aulas presenciais.
§ Há vantagens e desvantagens em ter ensino à distância,
por exemplo existe mais tempo de dedicação e existe uma grande flexibilidade de
local de estudo, visto que o aluno pode estudar em qualquer lado à escolha
desde que tenha acesso à internet. As desvantagens são, por exemplo, o não
cumprimento da carga horária, a falta de contato e do ambiente escolar, etc...
§ Para mim o E@D é melhor, pois consegue tornar-me mais
responsável e parece que me dá mais vontade de trabalhar. Estou a gostar muito
desta nova experiência!
§ Em suma, na minha opinião, este ensino
requer um maior esforço para o aluno, mas com isso vem uma mais madura
mentalidade que (como aluna do 9º ano) precisava para o secundário.
§ Em conclusão prefiro aulas presenciais,
mas temos de nos habituar a novas experiências nas nossas vidas e acho que foi
muito enriquecedor.
§ Por fim, espero
que todos aprendamos com esta situação atual e que saibamos dar valor à saúde,
à amizade, à liberdade, à partilha e ao amor!
24 alunos das turmas C e D do 9º ano
2019/2020
* Seleção de segmentos de textos escritos pelos alunos que, no final do
período, aceitaram, na aula de Português, o desafio proposto de fazer uma
reflexão acerca da experiência individual do E@D.
Profª
Mª João Cunha