Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Mensagem da Diretora-Geral da UNESCO, por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da pobreza - 17 de outubro de 2019


“A pobreza é a pior forma de violência” afirmou Mahatma Gandhi sobre esta causa generalizada de sofrimento e de privação. Hoje em dia, os governos do mundo inteiro tomam medidas e a pobreza não cessa de diminuir, o declínio mais rápido é observado na Índia, no Camboja e no Bangladesh.
Contudo, os nossos esforços não são suficientemente ambiciosos.
Ao ritmo atual de redução da pobreza, não atingiremos o nosso objetivo comum de fazermos com que menos de 3% da população mundial viva em pobreza extrema até 2030. Em vez disso, prevê-se que o valor se aproxime mais dos 6%, o que representa cerca de 420 milhões de pessoas. Além disso, a pobreza afeta de forma desproporcional a África Subsaariana e a Ásia do Sul, onde 84,5% da população vive em situação de privação.
Para compreendermos o fenómeno da pobreza e podermos combatê-la, não basta estudarmos a desigualdade na repartição da riqueza, pois não passa de um elemento entre tantos outros no seio de uma realidade complexa. De acordo com o índice mundial de pobreza multidimensional de 2019, 1,3 bilião de pessoas vivem em situação de “pobreza multidimensional”, o que significa que sofrem múltiplas desvantagens nos domínios da educação, da saúde, da qualidade do trabalho, das experiências culturais, da violência e do bem-estar geral. Metade destas pessoas são crianças com menos de 18 anos, e um terço com menos de 10.
Portanto, temos de ir mais longe e examinar os fatores culturais, ambientais, sociais, espaciais e políticos que são, simultaneamente, uma causa fundamental e um meio de propagação da pobreza.
Este é um elemento essencial do trabalho da UNESCO, principalmente centrado nas raparigas e nas mulheres. A UNESCO utiliza a educação como alavanca pois por cada ano que uma rapariga passa na escola, os seus rendimentos futuros aumentam entre 10 a 20%. Por sua vez, mães instruídas tornarão a escola numa prioridade para as suas filhas. Nesta perspetiva, a nova iniciativa da UNESCO “O futuro da educação” visa transformar a educação para lutar contra a fragmentação e a desigualdade social.
Neste dia, inspiremo-nos em Nelson Mandela que declarou: “Enquanto existir pobreza, injustiça e desigualdades flagrantes no nosso mundo, nenhum de nós poderá descansar verdadeiramente”. A UNESCO, por sua parte, não descansará.

Audrey Azoulay

Sem comentários: