O
homem senhor da sua vontade considerou que aquele episódio refletia a estupidez
da sua índole persistente. Frustrado, mandou o cágado pelos ares, com um
vigoroso pontapé, e ficou a observá-lo flutuar no lago onde foi cair. “Ainda
vou a tempo de mudar”, pensou, “Não é tarde demais”.
E,
com isto, correu para casa dela. A casa dela não era longe e, cedo se viu a
bater-lhe à porta. Quando ninguém respondeu, ele reparou que a porta estava
encostada e entrou.
Ela
estava no sofá – tinha adormecido a ver televisão. O homem, já não mais senhor
de si próprio, foi desligar o aparelho e cobriu as pernas dela com uma manta
puída pelo tempo. Afastou-lhe o cabelo da testa um pouco suada e aí a beijou,
com amor.
E,
nesse momento, soube que já não lhe preocupava que ela não fosse perfeita. Era
mais do que ele, mais do que qualquer pessoa que tivesse conhecido, e ele
queria e desejava cada um dos seus pequenos defeitos. Gostava dela tanto quanto
se pode gostar e isso bastava.
Joana Castro
10ºB
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