Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real
sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
quarta-feira, 29 de janeiro de 2014
Memórias
Parece-me agora tão ridículo, tão insensato, aquilo
que outrora fora tão eletrizante, tão certo ou talvez tão errado, mas tão bom,
tão, tão revitalizante!...
A minha mãe, aquela pobre criatura submissa, sempre
tão compreensiva, tão tolerante, tão boa cozinheira, tão boa mãe, tão boa
esposa, tão boa amante… Hum, pobre velha, mal sabia ela que o sorriso de
satisfação que o amante revelava, depois do breve e desencantado sexo, era
dirigido a mim, provocado por mim e só em mim ele pensava e era a mim que ele
amava porque, antes de ter estado no meio das pernas dela, tinha estado no meio
das minhas…
Imagino como seriam as coisas se o pai ainda estivesse
connosco: as férias na casa da praia, as viagens a Marrocos e os passeios pelo
lago, tudo isso manter-se-ia, porém, tudo se revelou finito e irreversível. Por
culpa dela, foi ela quem o matou por falta de amor, de atenção e de compaixão.
Com o pai prostrado no leito, a noite
foi o marido da velhaca, da minha desgraçada mãe, que, durante aquele meio ano
interminável, viu a alma sugada pelas drogas e pelos velhacos que a penetravam,
cegos pelo álcool e pelo fracasso de suas vidas… Depois, depois, fez-se de
viúva abandonada e desolada pela perda “do seu melhor amigo, do seu amante, do
grande amor da sua vida” - dizia. Não! Não passaste de uma prostituta com uma
filha negligenciada e um marido doente em casa.
E por isso mereceste e ainda agora, a apodreceres na
cama de hospital, mereces! Sabe que o teu eterno amante nunca te amou!!! Amava-me
a mim e eu fazia dele o que queria, porque corre-me nas veias o mesmo veneno
que te consome.
Queres
saber uma coisa? Não me arrependo.
Maria Fernandes, n.º 18
10º E
José Fanha na escola
Pelas salas de aula, dizendo poesia.
Pelas salas de aula, dizendo poesia.
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PROJETO UNESCO
quinta-feira, 23 de janeiro de 2014
Poção da juventude eterna
- Água do
rio (Corgo, de preferência)
- Olhos de jacaré (natural de África)
- Uma folha de ortigas
- Sal q.b.
- Molho tártaro
- Uma lágrima de camelo (com o coração despedaçado)
- Olhos de jacaré (natural de África)
- Uma folha de ortigas
- Sal q.b.
- Molho tártaro
- Uma lágrima de camelo (com o coração despedaçado)
Confeção:
Deitar a água do rio numa caçarola e deixar a ferver. Logo de
seguida, juntar os olhos do jacaré e a lágrima de camelo e mexer.
Seguidamente deitar um copo de molho tártaro misturado com a
folha de ortigas.
Depois é só juntar uma pitada de sal e está pronto para
beber
Atenção: A sua bebida vai ficar com um aspeto avermelhado e
espesso.
Por favor, tomar por volta da meia noite e até as duas da
manhã.
Nota:
Esta poção é extremamente poderosa. Recomenda-se muito
cuidado a tomá-la, pois se exagerar poderá haver efeitos muito graves, como por
exemplo: envelhecer cem anos em 3 minutos, ou dar morte certa.Ricardo Vilela nº 19
Daniel Alegre nº 6
8º C - janeiro 2014
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
Matinho Torres - Richard Towers- na ESCCB
A convite da equipa da biblioteca, o
autor Martinho Torres, com o pseudónimo de Richard Towers, esteve à conversa
com alunos de diversas turmas, no dia 21 de janeiro de 2014. Acompanhado da sua guitarra, o escritor apresentou
o seu projeto inovador de livros-objeto. Neste sentido, foram lidos excertos
das obras por alguns alunos, enquanto o autor os acompanhava à guitarra.
No auditório.
O autor e o tempo.
Letra e música.
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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Depois da imagem, as palavras.
A parteira, de Paula Rego
Olhava com o olhar assustado e
marejado de lágrimas aquele anjo ou diabo que a livraria de uma semente
indesejada porque depositada no seu corpo num dia de muita champanha com a qual
havia festejado o seu aniversário, os seus 18 anos…
Nem queria acreditar, quando, a
tremer, entrou naquele quarto com cheiro fétido a álcool, a lixívia, a
desinfectante, de uma casa humilde no fim da rua do bairro onde ela própria
vivia… Para ali entrou às escondidas, de noite, acompanhada pelo amigo de
infância, agora pai da “coisa” que tinha dentro de si e desesperadamente devia
tirar para acabar o martírio… Por ela, enfrentaria o céu e o inferno para criar
o que, de há um mês àquela parte, já sentia ser seu, orgulhosamente seu, e
desejava ver crescer…. Mas aquele que lhe havia servido copos de champanha toda
a noite, aquele que lhe havia afagado o ventre, o sexo e as lágrimas, não
queria e ameaçava renegar o fruto que no seu ventre se desenvolvesse. Que mais
poderia fazer…E no entanto…
Abriu as pernas, imitando a parteira
que, no seu regaço, segurava uma bacia assustadora que acolheria o que dela
saísse desfeito, então, em sangue criminoso... Tremia de medo, de emoção, de
medo do pecado que cometia, com medo do castigo que sabia que Deus guardaria
para si, antevendo, ainda, o terror de não voltar a ter a oportunidade de
sentir vida a borbulhar nas suas entranhas…
- Não tenhas medo... Isto não custa
nada… É como limpar o rabo a meninos… - disse irónico e insensível o diabo - A
tua mãe nunca saberá de nada - acrescentou o anjo, manipulando uns instrumentos
a que, numa espécie de alucinação, assemelhava a machados e pistolas…
Não! Ela não era uma assassina e
tinha corpo para trabalhar e sustentar uma criança… A sua criança…. Mãe teria e
o pai… Quem sabe… Com o tempo….
Estava resolvida! Olhou corajosa e
desafiadoramente aquela mulher que pretendia friamente anular a existência de
um ser a troco de dinheiro, levantou-se, atirou para o chão a manta inunda que
lhe cobria o sexo, ouviu o som de uma bacia a cair, abriu a porta e saiu, sem
olhar para o amigo, o amante, o progenitor que, sentado na sala contígua, balbuciou
perplexo:
- Já?!...
Isabel Monteiro
Isabel Monteiro
domingo, 5 de janeiro de 2014
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