A crónica do Prof. Carlos Fiolhais é certamente bem
intencionada. No entanto, não posso deixar de fazer algumas observações.
intencionada. No entanto, não posso deixar de fazer algumas observações.
1. 1. Parece-me
que, com inabalável fé ou entusiasmado otimismo, faz depender do conhecimento,
da instrução a prática do bem. Mas, ninguém pratica o mal apenas por
ignorância. A razão humana também produz monstros (pensemos, por exemplo, no
método, no cálculo, na organização do extermínio de judeus nos campos de
concentração).
que, com inabalável fé ou entusiasmado otimismo, faz depender do conhecimento,
da instrução a prática do bem. Mas, ninguém pratica o mal apenas por
ignorância. A razão humana também produz monstros (pensemos, por exemplo, no
método, no cálculo, na organização do extermínio de judeus nos campos de
concentração).
2. 2. Julgo ver, também, traços de uma conceção positivista de ciência. Não pondo em causa
a segurança, o bem-estar e o conforto proporcionados pela ciência e pela
tecnologia, não podemos elevá-la a uma forma superior de conhecimento. Atribuir
um valor absoluto ao conhecimento científico é impedir-nos de analisar com
cuidado os riscos e os limites da própria ciência.
a segurança, o bem-estar e o conforto proporcionados pela ciência e pela
tecnologia, não podemos elevá-la a uma forma superior de conhecimento. Atribuir
um valor absoluto ao conhecimento científico é impedir-nos de analisar com
cuidado os riscos e os limites da própria ciência.
3. 3. Considero,
por fim, excessivo associar a “defesa das medicinas alternativas” no parlamento
português às posições anticientíficas de D. Trump. E quanto aos
interesses económicos, também a investigação científica não é imune ao poder
financeiro.
por fim, excessivo associar a “defesa das medicinas alternativas” no parlamento
português às posições anticientíficas de D. Trump. E quanto aos
interesses económicos, também a investigação científica não é imune ao poder
financeiro.
Hoje, mais do que nunca, é importante
pensar de forma crítica e isso implica submeter a razão e a ciência a essa
crítica. Exclui-las da equação seria, aí sim, contribuir para a morte da
própria razão.
pensar de forma crítica e isso implica submeter a razão e a ciência a essa
crítica. Exclui-las da equação seria, aí sim, contribuir para a morte da
própria razão.
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