Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Poesia II



A menina perfeita

Carolina, sete anos,
mais rebelde que uma adolescente.
Porta-se mal, é malvada
e tentam mudá-la constantemente.

A sua mãe, exigente,
quer uma menina exemplar
que goste de bonecas,
de coisas de meninas,
de brincar sem fazer mal.

A mãe quer
que Carolina faça teatro,
que seja talentosa.
Obriga-a a entrar num concurso.
Obriga-a a fazer de anjo
para toda a gente a escolher
como de todas sendo a melhor,
mas Carolina não queria e resistia…

Depois deste sucedido,
Carolina não aguentava
Nem percebia
porque a mãe tanto insistia
sabendo que ela não mudava.

Porque não a deixava ser como é
uma criança livre e feliz
à sua maneira,
sim, à maneira dela?

Só a sua amiga Anabela
a conhecia realmente,
mesmo sendo uma boneca
escondida de toda a gente.
Inês Cardoso e Sofia Martins - 7º E

            Bipolaridade


Uma vez conheci Rute Angélica
menina rude-angelical,
novinha, mente sã
mas perversa e vilã.

Morava com os seus pais,
porém vivia só!
Num mundo de extremos
mistérios, segredos
que nós não conhecemos.

Duas pessoas num só corpo:
Uma descontrolada
e outra assustada.

Rute, a mais maléfica
com garras compridas e afiadas
que usa para se vingar
de quem a ouse criticar.

Angélica, encolhida,
com uma bonequinha ao seu lado,
em tempos, foi sua melhor amiga
mas Rute sujou-a com gelado
e tornou a pobre bonequinha
um brinquedo abandonado.

Quando a Senhora mãe se aproxima
é Angélica quem vem ao de cima
mas quando está sozinha,
é sempre Rute quem domina.

Um dia, quando ao dentista ia,
não queria sair de casa
então Rute uma birra fazia
e debaixo da cama se escondida.

A mãe ouviu um barulho 
e no quarto entrou,
apanhou Rute em flagrante
e viu o tapete que ela arranhou.

Mas ela subiu para cima da cama,
com um grande ar de anjinho
porém era tarde demais:
sua mãe já sabia do diabinho.

Foi então que tudo se resolveu
e Angélica grande luta deu:
para proteger sua mãe,
mandou Rute para o além
e assim… tudo acabou bem.

 Mariana Costa e Tomás Cardoso – 7.º E 


Gémeas e rivais

Conheço duas gémeas,
a Maria e a Madalena.
Uma é muito mexida,
a outra é muito serena.

A pequena Maria
é um monstro em ascensão.
Está sempre de mau humor
Mas… tem amor no coração.

Madalena
é o oposto da sua irmã.
Muito doce e bem comportada,
é um anjo de menina.

Mas debaixo desta doçura
há uma menina com medos.
E o seu maior receio
é a irmã ter segredos.

E Maria tem um segredo
que não conta a ninguém.
É que debaixo da sua pele
há uma menina sensível
e que tem alguma inveja
de não ser como a irmã.

Madalena muito medo tem
desta sua irmã estranha,
pois Maria fere e arranha,
estraga tudo o que ela tem.

É esta a raiva de Maria.
Só quer que Madalena
seja assim como ela,
mas tal mudança não há.
É isto que faz Maria tão má.


Guilherme Monteiro e Margarida Barroso – 7.º E


Poesia I


.

Voltas da vida



Dois irmãos separados,
na vida desencontrados.
Um está numa instituição
à espera de um coração.

Um rapaz acolhido
sem a família conhecer.
Mal ele sabia que a irmã ia ver.

Uma rapariga isolada
à espera de alguém
que a trate como merece,
alguém que a trate bem.

Chegou o Natal,
altura de algo desejar.
A pequena Maria,
no orfanato todo o dia,
numa carta ao Pai Natal,
ela, triste, escrevia tudo
o que tinha a sonhar.

Podia ter desejado
uma boneca, uma bicicleta…
Mas, ao invés disso,
ela desejou uma família
com um enorme coração,
tão grande como o dela.

O pequeno Pedro
todas as noites vai rezar
para a sua família encontrar.
E às vezes, até parecia
que o cão compreendia
a situação que Pedro vivia.
Eram amigos noite e dia.

Mal os dois sabiam, nesse dia,
que a família que ao Pedro acolheu
ia acolher também a menina Maria
e juntos iriam estar, quem diria?

Dois irmãos desencontrados
que agora juntos estão.
São gémeos reencontrados
na mais perfeita união.

Bárbara Ferreira e Romão Teixeira - 7º H


Desenhar e Orar

Estava a Rita a desenhar
uma bela flor para oferecer
numa branca folha de papel
com caneta preta a condizer.

Do outro lado da casa,
estava o seu irmão,
ajoelhado em frente à cama
junto com o seu amigo cão.

Rita tentava,
muito devagarinho,
mas quando deu por si,
tinha um risco no queixinho.

Já com o pijama vestido,
ele continua a oração,
pedindo ao bom Jesus
melhor vida e condição.

Muito concentrada
continuava Rita a pintura
Só faltava os lápis de cor
para completar a partitura.

A Rita a desenhar, muito contente
o irmão a rezar concentradamente
mais um cão diferente que parece gente.


Ana Margarida e Rodrigo Leite - 7º H   





O Desenho

Menina artista,
que está a desenhar,
à espera de um lápis
para pintar.

Menina artista,
desenha em todo o lado
na escola, em casa, no carro
com o irmão muito amado.

Menino bonito,
reza por todos,
pelos pobres, pelos ricos,
pelas crianças abandonadas,
pelas pessoas incapacitadas.

Pobre menino.
A sua mãe já partiu.
Reza por ela e pelo pai,
que já está por um fio!

Acham-no estranho,
acham-no esquisito.
Mas se a inteligência matasse,
há muito que ele teria partido.

Vive num mundo
tão belo e diferente,
com a cadela Banny,
que parece ser gente.

Menina artista,
mas que desenhava ela?
Nada de especial,
apenas um menino
a rezar com a sua cadela.
                                                 

Ana Nair Reis e Duarte Sousa – 7º H

quinta-feira, 8 de junho de 2017

Parlamento Jovem

“ Debate dos mais novos por um país melhor”

Nos dias 22 e 23 de maio, decorreu na Assembleia da República mais uma sessão do Parlamento Jovem. Tal como em anos anteriores, os jovens de hoje e os futuros adultos de amanhã demonstraram empenho e cooperação para mostrarem aos políticos que têm uma palavra a dizer, pois são cidadãos preocupados com o futuro do nosso país.
Chegados ao Parlamento, no dia 22 de maio pelas 14 horas e 15 minutos, os jovens “deputados” dos diferentes distritos foram agrupados em comissões e distribuídos por quatro salas. Um elemento de cada comissão fez um discurso de apresentação ao qual se seguiu a comunicação da ordem de trabalhos para aquela que previa ser uma longa tarde. Ao longo das três horas de reunião (com um intervalo de 30 minutos) foram apresentadas as medidas de cada círculo, um debate na generalidade seguido da votação do projeto que serviria de base a cada comissão; seguiu-se um segundo debate na especialidade seguida de uma votação e por fim a seleção de perguntas a apresentar ao plenário no dia seguinte.
Enquanto decorria a reunião dos jovens “deputados”, os jovens “jornalistas” realizaram uma visita ao edifício da Assembleia da República. Foram conhecer a Sala do Passos Perdidos onde lhes foi explicada a sua função e a sua história; seguiram para a Sala das Sessões, onde puderam perceber como é que a as reuniões entre deputados decorriam, desde do local exato onde se sentavam até à forma como eram realizados os debates. No final da visita, dirigiram-se de novo às salas das comissões onde puderam assistir ao fim dos trabalhos, que ocorreu por volta das 18 horas.
No final do dia, depois do convívio proporcionado pelo jantar oferecido no Parlamento, deputados, jornalistas e professores foram divididos por dois hotéis diferentes onde iriam repor e recuperar energias para o dia seguinte.
No dia 23, por volta das 10 horas, foi aberta a reunião plenária com um discurso do Presidente da Assembleia da Republica, do Presidente da Comissão de Educação e pelo Secretário de Estado. De seguida, os jovens “deputados” tomaram os seus lugares e deu-se lugar à colocação das perguntas, por cada comissão, a cada um dos deputados dos seis partidos: Maria Germana Rocha (PSD), Porfírio Silva (PS), Joana Morte-d ’Água (BE), Patrícia Fonseca (CDS-PP), Ana Virgínia Pereira (PCP) e Heloísa Apolónia (PEV). Às onze questões levantadas, os deputados responderam de forma objetiva outras vezes mais evasiva, fugindo mesmo à questão, tendo alguns excedido o tempo limite de intervenção. Quando saíram da sala, os deputados foram confrontados com os jovens “jornalistas”, que abandonaram a bancada da comunicação social, para lhes colocaram um série de questões, a fim de saber a posição de cada partido nas mais diversas áreas.

Entretanto, na sala da Assembleia, foram ouvidas e debatidas as dezasseis medidas, quatro por cada comissão, que apôs aprovação e recomendação passariam a pertencer ao projeto base final a apresentar na Assembleia da República. Dada a demora dos trabalhos, estes foram interrompidos pelas 13 horas para o almoço.
Enquanto decorriam os trabalhos dos jovens “deputados”, os jovens “jornalistas” fizeram parte de uma conferência de empresa, exclusiva, com o Presidente da Comissão de Educação que durou cerca de uma hora ao fim da qual se juntaram aos colegas “deputados” para o almoço. Findo o período de confraternização do almoço, todos os jovens retomaram a sessão plenária.  
O período da tarde pautou-se por um excitante debate ao qual se seguiu a aprovação do projeto que iria a discussão ao parlamento nacional (este pode ser visto no site online do Parlamento Jovem).
Finalizada a ordem de trabalhos do último dia, foram ouvidos os comentários e felicitações dos diferentes círculos, o discurso do deputado Pedro Pintão e o discurso final do Presidente da Comissão da Educação, no qual se pode dar destaque à frase “Nunca tenham medo de arriscar”.
Quando as últimas palavras foram ditas, os jovens “deputados” e “jornalistas” abandonaram a sala de sessões. De tudo a que assistiram, puderam concluir que “é importante que os jovens tenham um papel ativo na vida política”, “nem sempre as melhores medidas ganham”, “que o Parlamento Jovem é uma competição renhida mas no fim não poderia existir melhor convívio”.
Seguiram-se as penosas despedidas, já com saudades das novas amizades…

Maria João Guerra Vilela