Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Feira do Livro

PROGRAMA

10 DE DEZEMBRO
09.00 h - Palestra
Professor convidado: Henrique Morgado
10.00 - 18.15 h - Abertura oficial da Feira do Livro

11 DE DEZEMBRO
09.00 - 18.15 h - Feira do Livro

12 DE DEZEMBRO
09.00 h - Reabertura da Feira do Livro
15.00 h - Encontro com a escritora Ana Macedo
16.00 h - Sessão de autógrafos
17.00 h - Encerramento da Feira do Livro

Local: Sala de Reuniões

Do Mundo da leitura à leitura do mundo
Henrique Morgado

A Feira do Livro é uma forma de homenagear o livro, de demonstrar reconhecimento e agradecimento por tudo aquilo que o livro faz pela Humanidade.
Desde 1996, e por decisão da UNESCO, o Dia Mundial do Livro é em 23 de Março, data que homenageia dois grandes escritores universais, Miguel de Cervantes e William Shakespeare, falecidos nessa dia, em 1616, e, por outro lado, é o dia de S. Jorge. Segundo uma tradição catalã, neste dia, os cavaleiros oferecem uma rosa vermelha às suas damas e recebem em troca um livro. Simbolicamente, este partilha de flores e livros, num tempo de primavera, prolonga a cadeia de alegria e cultura, de saber e paixão.
O livro, à primeira vista, é um objecto calado, casmurro, fechado, frio. Mas quando o leitor ganha a sua confiança e o trata com respeito, ele dá continuidade à busca de emoções.
O livro é um profeta que dita visões, desvenda mistérios, ensina; é um amigo seguro que desabafa com o leitor intimidades inauditas, dá conselhos, mostra exemplos para imitar ou evitar.
O livro é um passaporte que abre todas as fronteiras do mundo de cada leitor; é um veículo que transporta para longe do real e apático universo, capaz de levar à tal Índia nova, de que fala Pessoa, que não existe no espaço e à qual só se chega em naus construídas daquilo de que os sonhos são feitos.
O livro é uma obra de arte, como tal merece respeito, pois a Arte é a salvação da Humanidade. Deve entrar-se nele como quem entra numa catedral, e estar atento a todos os recantos, e saber levantar as palavras para descortinar sentidos.
O livro traz sempre novas perspectivas de ver o mundo, novos conceitos, novas experiências que ajudam o leitor a crescer.

É necessário fomentar a criação de leitores afectivos e efectivos, que o sejam para toda a vida e não apenas por obrigação.
A leitura em família, desde muito cedo, é importantíssima, mas urge assimilar uma metáfora de Roland Barthes: Fazer com o professor maternagem, e com a leitura uma festa.
Quem ensina a ler, nomeadamente o professor, tem de saber ler com arte, para que os ouvites sintam o prazer do texto e sintam o desejo de o fruirem directamente, lendo-o.
Se o jovem não gosta de ler, a culpa não é só dele. É de toda a atmosfera epocal que o envolve e condiciona.
Os programas escolares não são facilitadores da promoção da leitura, pois uma grande parte do tempo é destinado a maçadores análises morfossintácticas, em detrimento do mais importante: a beleza musical, a harmonia da linguagem, a riqueza das mensagens...
As obras de leitura integral, na sua maior parte, são impostas pelos programas escolares. Perante esta situação, que faz um elevado número de alunos? Aquilo que muitos fizeram e outros hão-de fazer: Procuram um amigo que já tenha lido o fatídico livro e lhe conte a história, ou adquirem o filme sobre o livro, quando existe, ou compram na livraria o resumo da obra!
Caro aluno, quem aprende resumos de obras literárias para passar no exame, aprende mais do que isso: aprende a odiar a literatura e jamais será um leitor.
O livro é o passaporte, a leitura é uma grande viagem através do imaginário para mundos fantásticos.

Quem gosta de ler tem nas mãos a chave do mundo.



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