Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

terça-feira, 15 de março de 2011

O «15 de Março» e o início da Guerra Colonial


Ataques dos Bacongo no Norte de Angola.


Foi precisamente há 50 anos que Portugal viu-se envolvido numa guerra colonial. O ano de 1961 marca o início de uma guerra sangrenta pela preservação das colónias portuguesas em África.
O acontecimento que determinou a tomada de decisão do regime pela via militar foi o 15 de Março desse ano quando membros das tribos Bacongo, na sua maioria munidos de armas de fogo artesanais e catanas, iniciaram uma rebelião que alastrou ao Norte de Angola, nomeadamente aos distritos de Luanda, Cuanza-norte, Malange, Uíge e Zaire, atacando fazendas e chacinando brancos e negros que se mantinham fiéis àqueles. No ataque morreram cerca de 800 colonos brancos, bem como perto de 6.000 negros que para eles trabalhavam. Desde cedo, as autoridades portuguesas atribuíram a responsabilidade dos ataques à UPA (União dos Povos de Angola), de Holden Roberto. Esta rebelião, que se revestiu de acções particularmente sangrentas, visava, através do pânico, pressionar os portugueses ao abandono dos locais onde se haviam instalado.
Mas nos dias e semanas seguintes assistiu-se em Angola a um apelo à resistência civil e deu-se a instauração de um «reino de terror». Tentando vingar a morte dos portugueses assassinados no Norte de Angola, colonos brancos, constituídos em milícias civis - a «Vanguarda Salazar», os «Viriatos» ou até os «voluntários de Moçambique» - cometem contra a população africana atrocidades tão violentas como haviam sido as cometidas pelos elementos da UPA. E para Salazar e para o regime a palavra de ordem é: para “Angola”, “andar rapidamente e em força é o objectivo que vai pôr à prova a nossa capacidade de decisão”. Era o início da acção armada portuguesa em África, que iria terminar apenas em 1974.



Discurso do Presidente do Conselho, Salazar, e a decisão pela via armada.

Para assinalar esta data, será exposta uma Exposição Fotobiográfica na escola, promovida pelo Grupo de História.
Enviado por Hugo Bento

1 comentário:

PFGFR disse...

Lamento se isto vai contra a narrativa que pretende impor, mas a "Vanguarda Salazar" era chefiada por um soba negro e constituída quase exclusivamente por negros. Não, a guerra não foi de negros contra brancos. Foi entre facções de angolanos que queriam ser independentes e facções de angolanos que queriam continuar portuguesas, aliadas, naturalmente, aos portugueses, que logo trataram de intervir militarmente. Nas fotografias existentes do Batalhão de Caçadores 3 (Carmona) percebe-se que o número de soldados negros praticamente igualava o de soldados brancos.