Vila Real, 5 de Abril de 2016
Pedro
Foste apanhado pelo ódio dos outros e não sobreviveste. O teu corpo
não foi tão forte como a tua alma e então morreste assim, de repente, como o
teu pai e o teu irmão; e como aquelas pessoas que estavam no aeroporto.
Tinhas amigos, uma família que te amava, ias tirar a carta na semana
seguinte. De certeza que o teu futuro ia ser brilhante! Tudo estava bem, mas de
um momento para o outro todos os sonhos se desvaneceram.
Perdeste a oportunidade de ver o sorriso da tua mãe, da tua namorada;
perdeste as alegrias, os sentimentos… Agora só restam memórias, que com o tempo se vão deformando.
Mas a culpa não foi tua. Talvez a vida seja mais do que viver… Ou
então, na verdade, seja mesmo só isto. Talvez seja só preciso viver e nada
mais.
Até um dia.
Vila
Real, 5 de abril de 2016
Querida
Inês,
Escrevo-te esta carta porque sinto a tua falta,
porque quero comunicar contigo e já não posso fazê-lo fisicamente.
Quero dizer-te que partiste e contigo levaste toda a
minha alegria e a daqueles que mais te queriam e mais te amavam, porque todos
deixámos de ter alguém presente que estava sempre bem disposta e transmitia
toda essa alegria para nós.
Sei que não é uma
boa notícia mas, com a tua partida, os teus pais deixaram de comunicar e
conviver com os amigos e foram-se isolando em casa… Mas não foram os únicos,
pois o teu namorado também sofreu bastante. Deixou de se encontrar com os
amigos, deixou de ter rendimento escolar mas nós, os teus amigos e os amigos
dele, tentamos ajudar-nos uns aos outros conforme as nossas posses para que o
abalo não seja tão grande.
Sei que não vais
ler esta carta, mas quero que saibas que vais estar sempre presente na nossa
mente e no nosso coração, porque foste uma rapariga única que sempre trabalhou
para que tudo corresse bem e sempre tentou ser amiga de todos… Eras e sempre
serás uma rapariga com muito valor, que vai sempre ser lembrada!
Perdeste tanto!
Uma vida a dois com o teu namorado, os filhos que poderias um dia vir a ter, a
convivência com os teus pais e com os teus amigos, as saídas à noite… E até as
zangas com alguém. Mas todos perdemos sempre alguma coisa e nós, teus amigos,
perdemos a tua presença, a tua alegria, a tua vida connosco… e ganhámos um
profundo vazio impossível de preencher! Não fiques triste porque, apesar de
tudo, vais ser sempre lembrada com alegria.
Encontrar-nos-emos
um dia!
Catarina Mourão, 11.ºA
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Vila
Real, 5 de abril de 2016
Alberto,
Hoje, dia 5 de abril, escrevo-te
esta carta, que serve para todos os jovens que tal como tu partiram sem dizer
um último adeus.
Ainda hoje me pergunto como é que te foi
acontecer, a ti… Achamos sempre que estas desgraças não nos acontecem … Ainda
me pergunto porque é que Deus não traçou um caminho diferente para ti… Perdeste
tanto, tinhas tanto para viver ainda! Tanto amor para dar e tanto para receber!
Porquê? Porquê tão jovem? E todos os
planos que tínhamos para as férias de Verão? E todas as coisas que tu ainda
querias fazer? Perdeste tudo isso Alberto…
Perdeste tu, Alberto, e perdemos nós…
Perdemos nós, que te amávamos, perdi eu, perdeu a tua família e todos os teus
amigos. Perdemos uma pessoa que tinha muito para dar. Eu quero-te amar e não mais
to posso dizer nos olhos, mas eu sei que tu sabes que te amava… E sabes?
Lembras-te de te contar que um dia queria ser milionária? Bem… Eu já o fui…
Quando te tinha comigo, Alberto… Quando estavas entre nós. E agora tu e todas
as outras vítimas levaram a minha fortuna e a felicidade. Tu deixaste uma
enorme revolta dentro de mim com a tua partida. Eu só queria que voltasses mais
um dia para te contar tudo aquilo que agora sei… Agora sei que não devemos dar
importância a mínimas discussões, nem estar de ‘’costas voltadas’’. Não vale a
pena fazer planos para amanhã, devemos viver o dia de hoje, sem pensar em
amanhã… Sabes porquê? Porque podemos ir ao supermercado e não voltar para casa.
E olha, Alberto… Não foi isso que te aconteceu?
Graças a ti vou aproveitar o resto
dos dias da minha vida como se fossem os últimos… Graças a ti e a todos os
jovens que já partiram.
Até um dia… Com muito amor de quem tudo
perdeu,
Cátia Cabral, 11.º A
Vila
Real, 5 de abril de 2016
Querida
amiga,
Escrevo-te
porque sinto o que sentiste nos últimos momentos da tua vida, porque penso o
que pensaste no último suspiro… Sentir que viveste tão pouco e que querias ter
vivido mais é péssimo e eu sinto-o.
Pensar na dor dos que te amam quando se deram conta de que partiste é pior
ainda, e eu penso.
Quanto amor
perdeste daquele que amavas com tudo o que tinhas! Sem ti o Mundo ficou mais
pobre, todos ficámos mais pobres.
Terias tido
uma vida perfeita, cheia de amor e com grandes sucessos se não estivesses no
sítio errado, à hora errada. Mas nada é em vão: partiste, no entanto continuas
a inspirar os corações do Mundo, continuas a inspirar o meu e é também por isso
que te escrevo.
O teu
destino é o de muitos outros, mas um dia o Mundo irá vingar-te.
Com muito amor e saudade,
Uma amiga.
Cláudia Lourinho, nº13, 11.ºA
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