Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

segunda-feira, 16 de maio de 2016

CARTA A UM JOVEM MORTO PELO ÓDIO



Vila Real, 5 de Abril de 2016
Pedro
Foste apanhado pelo ódio dos outros e não sobreviveste. O teu corpo não foi tão forte como a tua alma e então morreste assim, de repente, como o teu pai e o teu irmão; e como aquelas pessoas que estavam no aeroporto.
Tinhas amigos, uma família que te amava, ias tirar a carta na semana seguinte. De certeza que o teu futuro ia ser brilhante! Tudo estava bem, mas de um momento para o outro todos os sonhos se desvaneceram.
Perdeste a oportunidade de ver o sorriso da tua mãe, da tua namorada; perdeste as alegrias, os sentimentos… Agora só restam memórias, que com o tempo se vão deformando.
Mas a culpa não foi tua. Talvez a vida seja mais do que viver… Ou então, na verdade, seja mesmo só isto. Talvez seja só preciso viver e nada mais.
Até um dia.

Ana Filipa Peixoto


 -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
                                                                                                                            
                                                                                                                Vila Real, 5 de abril de 2016
Querida Inês,

Escrevo-te esta carta porque sinto a tua falta, porque quero comunicar contigo e já não posso fazê-lo fisicamente.
                Quero dizer-te que partiste e contigo levaste toda a minha alegria e a daqueles que mais te queriam e mais te amavam, porque todos deixámos de ter alguém presente que estava sempre bem disposta e transmitia toda essa alegria para nós.
                Sei que não é uma boa notícia mas, com a tua partida, os teus pais deixaram de comunicar e conviver com os amigos e foram-se isolando em casa… Mas não foram os únicos, pois o teu namorado também sofreu bastante. Deixou de se encontrar com os amigos, deixou de ter rendimento escolar mas nós, os teus amigos e os amigos dele, tentamos ajudar-nos uns aos outros conforme as nossas posses para que o abalo não seja tão grande.
                Sei que não vais ler esta carta, mas quero que saibas que vais estar sempre presente na nossa mente e no nosso coração, porque foste uma rapariga única que sempre trabalhou para que tudo corresse bem e sempre tentou ser amiga de todos… Eras e sempre serás uma rapariga com muito valor, que vai sempre ser lembrada!
                Perdeste tanto! Uma vida a dois com o teu namorado, os filhos que poderias um dia vir a ter, a convivência com os teus pais e com os teus amigos, as saídas à noite… E até as zangas com alguém. Mas todos perdemos sempre alguma coisa e nós, teus amigos, perdemos a tua presença, a tua alegria, a tua vida connosco… e ganhámos um profundo vazio impossível de preencher! Não fiques triste porque, apesar de tudo, vais ser sempre lembrada com alegria.
                Encontrar-nos-emos um dia!
                Catarina Mourão, 11.ºA

--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
                
Vila Real, 5 de abril de 2016
Alberto,

Hoje, dia 5 de abril, escrevo-te esta carta, que serve para todos os jovens que tal como tu partiram sem dizer um último adeus.
 Ainda hoje me pergunto como é que te foi acontecer, a ti… Achamos sempre que estas desgraças não nos acontecem … Ainda me pergunto porque é que Deus não traçou um caminho diferente para ti… Perdeste tanto, tinhas tanto para viver ainda! Tanto amor para dar e tanto para receber!
                Porquê? Porquê tão jovem? E todos os planos que tínhamos para as férias de Verão? E todas as coisas que tu ainda querias fazer? Perdeste tudo isso Alberto…
                Perdeste tu, Alberto, e perdemos nós… Perdemos nós, que te amávamos, perdi eu, perdeu a tua família e todos os teus amigos. Perdemos uma pessoa que tinha muito para dar. Eu quero-te amar e não mais to posso dizer nos olhos, mas eu sei que tu sabes que te amava… E sabes? Lembras-te de te contar que um dia queria ser milionária? Bem… Eu já o fui… Quando te tinha comigo, Alberto… Quando estavas entre nós. E agora tu e todas as outras vítimas levaram a minha fortuna e a felicidade. Tu deixaste uma enorme revolta dentro de mim com a tua partida. Eu só queria que voltasses mais um dia para te contar tudo aquilo que agora sei… Agora sei que não devemos dar importância a mínimas discussões, nem estar de ‘’costas voltadas’’. Não vale a pena fazer planos para amanhã, devemos viver o dia de hoje, sem pensar em amanhã… Sabes porquê? Porque podemos ir ao supermercado e não voltar para casa. E olha, Alberto… Não foi isso que te aconteceu?
                Graças a ti vou aproveitar o resto dos dias da minha vida como se fossem os últimos… Graças a ti e a todos os jovens que já partiram.
                 Até um dia… Com muito amor de quem tudo perdeu,

                                                                                        Cátia Cabral, 11.º A
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 

                Vila Real, 5 de abril de 2016

Querida amiga,

Escrevo-te porque sinto o que sentiste nos últimos momentos da tua vida, porque penso o que pensaste no último suspiro… Sentir que viveste tão pouco e que querias ter vivido mais é  péssimo e eu sinto-o. Pensar na dor dos que te amam quando se deram conta de que partiste é pior ainda, e eu penso.
Quanto amor perdeste daquele que amavas com tudo o que tinhas! Sem ti o Mundo ficou mais pobre, todos ficámos mais pobres.
Terias tido uma vida perfeita, cheia de amor e com grandes sucessos se não estivesses no sítio errado, à hora errada. Mas nada é em vão: partiste, no entanto continuas a inspirar os corações do Mundo, continuas a inspirar o meu e é também por isso que te escrevo.
O teu destino é o de muitos outros, mas um dia o Mundo irá vingar-te.

Com muito amor e saudade,
Uma amiga.
Cláudia Lourinho, nº13, 11.ºA


Sem comentários: