Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Entrevista com o Sr. Valério, responsável pela cantina da escola

“Temos cá gente muito bem esclarecida acerca das questões alimentares e portanto há uma percentagem elevada de alunos que sabem aproveitar a cantina”

Hoje em dia, é fundamental ter uma alimentação saudável e as escolas devem estar preparadas para fornecer aos alunos refeições equilibradas, com todos os nutrientes de que necessitam. A entrevista que se apresenta foi realizada com o Sr. Valério, responsável pela alimentação na nossa escola.

- Quais são as suas funções no que diz respeito à alimentação aqui, na escola?
-
As minhas funções são, efectivamente, a elaboração das ementas semanais para o refeitório e a aquisição dos alimentos que consumimos no buffet e na cantina. Relativamente às ementas, existem directrizes que vêm anualmente do Ministério, as quais nós tentamos seguir com algum cuidado. Sou contra tudo aquilo que é considerado um exagero, como é o caso daqueles alunos que, tendo a oportunidade de comer na cantina, optam por comer fora da escola com custos elevados e uma qualidade péssima.

- Na sua opinião, que papel deve desempenhar a escola na educação da dieta alimentar dos alunos?
- As escolas têm um papel fundamental, especialmente as escolas básicas. Os alunos chegam aqui, com cerca de 12 anos, e já trazem hábitos alimentares pouco saudáveis. Como já referi anteriormente, nós procuramos, fornecer uma alimentação o mais correcta possível, mas a actuação da escola Secundária na correcção dos erros alimentares poderá já ser tardia.
- Como se sente pelo facto de ter a responsabilidade do sector alimentar?
- Sinto-me muito bem, orgulhoso por trabalhar nesta área, até porque sempre procurei ter uma alimentação saudável. Nós compramos os produtos na sua origem e procuramos confeccionar os pratos a partir deles. Por exemplo, nunca compramos batatas já fritas ou batatas congeladas. Tudo isto permite que a qualidade do produto chegue mais facilmente à mesa.
- Muitos alunos preferem comer fora da escola, quando o poderiam fazer na cantina. O que tem a dizer sobre isto?
- Eu vejo isto como um péssimo hábito, que tem a ver exactamente com o que disse há pouco: são aqueles maus hábitos que já vêm de trás... Encaro a situação com alguma tristeza, mas a própria escola deveria fazer algo mais do que aquilo que faz, refiro-me mais propriamente ao controlo das saídas.
- Sente que os jovens que frequentam a nossa escola dão importância à cantina? De que forma?
- Temos cá gente muito bem esclarecida acerca das questões alimentares e portanto há uma percentagem elevada de alunos que sabem aproveitar a cantina, não desperdiçando a sopa, as saladas, os legumes, e por aí fora. De certeza que existem escolas que não têm a qualidade alimentar que nós temos.

- Há uns anos atrás, a cantina desta escola foi considerada como a melhor do país…
- Num universo de quatrocentas e oitenta escolas, foi considerada a melhor, o que é óptimo, um imenso orgulho! Nessa altura, dei imensas entrevistas, desde a televisão, à rádio, e a nossa escola andou mesmo lá no alto!

- Podemos encontrar na escola algumas máquinas com alimentos não muito saudáveis, como é o caso daquela que se encontra ao pé do bar. Acha correcta a presença dessas máquinas? Porquê?
- Acho incorrecto, sou fortemente contra isso, porque a própria máquina funciona como um chamariz e leva muitos alunos a comer esse tipo de alimentos em vez de irem ao bar. Por exemplo, os alunos do sétimo ano, que à partida não saem da escola, se não tivessem lá a máquina não comeriam esses alimentos e iriam ao bar.

- O que pensa de alguns dos alimentos que os alunos consomem hoje em dia fora da escola, como por exemplo os chamados panikes’s e as bebidas enlatadas?
- Eu sou contra as bebidas enlatadas, porque todo o mundo sabe os malefícios que elas têm, basta olhar para os ingredientes que estão lá para ver. Relativamente aos panikes’s, uma vez ou outra não acho mal, eu também gosto de comer uma pizza de vez em quando e quanto a isso não creio que seja por aí que vamos prejudicar a nossa alimentação. Mas nunca devemos fazer disso um hábito.

- Concorda com a afirmação: “Somos o que comemos”?
Perfeitamente, sempre concordei e, vindo de alunos com a vossa formação, penso que não há dúvidas.

- Como pessoa atenta a uma alimentação saudável, que conselho daria aos alunos?
- O meu conselho é que pensem bem antes de pedirem, antes de comprarem, e sobretudo que não cometam asneiras alimentares diariamente.

Entrevista realizada por
André Sobreira, nº 6,
José Miguel Cunha, nº 18

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