“vale mais não conseguir de que nunca chegar a tentar. Portanto: tentem!”
Conceição Aleixo é uma ex-aluna da Escola Secundária Camilo Castelo Branco. Tendo escolhido a área de Humanidades, entrou para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro no ano de 2002. Licenciou-se em Línguas Estrangeiras Aplicadas, vertente de Comunicação. Apesar de ter estagiado e trabalhado alguns anos em jornalismo, é actualmente professora de Espanhol numa escola do Porto. Esta é a nossa entrevistada.
D&V - Com que idade entrou no então chamado Liceu Camilo Castelo Branco?
R: Entrei com 15 anos.
Conceição Aleixo é uma ex-aluna da Escola Secundária Camilo Castelo Branco. Tendo escolhido a área de Humanidades, entrou para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro no ano de 2002. Licenciou-se em Línguas Estrangeiras Aplicadas, vertente de Comunicação. Apesar de ter estagiado e trabalhado alguns anos em jornalismo, é actualmente professora de Espanhol numa escola do Porto. Esta é a nossa entrevistada.
D&V - Com que idade entrou no então chamado Liceu Camilo Castelo Branco?
R: Entrei com 15 anos.
D&V- Que área escolheu? Porquê?
R: Na altura, escolhi Humanidades, não para fugir à Matemática, mas para entrar na Universidade. Queria ir para Direito ou Jornalismo. É claro que com o tempo acabou por não ser bem assim.
D&V- Gostou de andar no liceu?
R: Muito. Foi dos melhores tempos da minha vida. Apesar dos altos e baixos, normais na adolescência, e de alguns problemas por que a minha turma passou, nomeadamente o falecimento de uma colega, consegui aproveitar bem o tempo de liceu, tanto nos estudos como no lazer.
D&V - Fez parte da Associação de Estudantes?
R: Não fiz directamente parte da A.E, visto que não fazia parte da lista, mas o meu melhor amigo sim e, no meu 12º ano, acabei por trabalhar e cooperar com a Associação.
D&V - Gostou de colaborar com a A.E.?
R: Gostei muito. Foi uma experiência diferente, e acho que é sempre importante os jovens aderirem a várias actividades, principalmente aquelas que têm um carácter organizativo e implicam o assumir de responsabilidades.
D&V- Quando entrou para a faculdade teve algum receio em relação ao curso que escolheu?
R: Bastante. Aliás, eu acho que os jovens têm de escolher a área de estudos muito cedo, o que condiciona a posterior escolha do curso. Eu escolhi Humanidades, apesar de adorar Matemática. Acabei por não entrar em Jornalismo, e entrei num curso que me pareceu mais adequado aos meus objectivos. Entrei no curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas, na UTAD, que é um curso de línguas mas com vertente empresarial, direccionado para a comunicação, mas, obviamente, tive receio de que aquilo não fosse bem o que queria.
D&V- Enquanto frequentou esse curso, em algum momento pensou mudar?
R: Várias vezes pensei nisso, mas estava a gostar do curso, portanto decidi terminar e depois tirar outro.
D&V - Do que gostou mais na Faculdade? Quais as suas disciplinas preferidas?
R: As disciplinas de que gostei mais foram aquelas que representavam um desafio maior, ou seja, aquelas nas quais era difícil tirar boa nota, tipo Direito, Inglês (último nível) e Economia. Ou seja, soube-me melhor tirar 17 a Direito de que 20 a Informática, porque foi a disciplina mais difícil do nosso curso.
Quando ao que gostei mais na faculdade, é difícil de dizer… gostei muito do que aprendi em termos curriculares, mas gostei ainda mais do que aprendi socialmente. A Faculdade faz-nos crescer muito e, é claro, gostei muito da diversão que também faz parte da vida de um estudante universitário.
D&V- Quando fez o seu estágio, como foi lidar com os alunos?
R: Eu não fiz estágio na área do ensino. Apenas fiz estágios curriculares durante o tempo lectivo, no meu primeiro ano. Mas fiz estágio em jornalismo numa revista que saía com o Jornal de Notícias. Após isso, fiz vários outros estágios também relacionados com a comunicação e o turismo. Ou seja, comecei a aprender o que é trabalhar mal entrei para a Universidade, com 18 anos.
D&V- Quando acabou o estágio, foi fácil arranjar emprego?
R: Quando acabei o curso, consegui logo trabalho, como assistente editorial numa revista de vinhos. Mais tarde, saí dessa revista e fiquei três meses no desemprego. Foi então que o ensino entrou na minha vida, ao ser convidada para dar aulas de Inglês nas actividades extra-curriculares a alunos do 1º ao 4º ano do 1º Ciclo.
D&V- Neste momento ainda está a exercer a sua profissão como professora?
R: Sim, este ano fiquei colocada numa escola no Porto, a leccionar Espanhol.
D&V- Teve algumas dificuldades em ensinar e lidar com os alunos?
R: Sim, eu passai quatro anos a trabalhar em jornalismo, e quando comecei a dar aulas, como não tinha formação em ensino, foi complicado.
D&V- Prefere leccionar no Básico ou no Secundário?
R: Depende das turmas. Infelizmente, o mau comportamento e o desinteresse existe quer no Básico, quer no Secundário. Mas, quando os alunos sabem o que quer em relação ao futuro e são ambiciosos, é possível criar um bom ambiente de trabalho e construir uma relação de amizade entre professor e alunos. No Secundário, devido à minha idade, tenho de ser mais firme no início, mas depois consigo conquistar a confiança dos alunos, muitos dos quais têm quase a minha idade.
D&V- Como é leccionar uma língua estrangeira?
R: Por vezes não é fácil. O Inglês é uma disciplina em que os alunos sentem muitas dificuldades, e o Espanhol é uma disciplina relativamente nova em termos curriculares e pouco divulgada. Para além disso, como a nível fonético é parecida com o Português, há a tendência de se pensar que é fácil, e não é bem assim...
D&V- Quais são os seus objectivos para o futuro?
R: Neste momento estou a tirar o Mestrado em Ensino de Inglês e Espanhol, o que me vai dar habilitação própria para leccionar. Mas quero também tirar outro curso.
D&V- Actualmente, muitos professores estão sem colocação. Tem receio de ficar desempregada?
R: Por enquanto não, visto que há poucos professores de Espanhol, mas continuo a trabalhar para ter cada vez mais opções e evitar o desemprego.
D&V- Tem preferência por alguma escola? Porquê?
R: Eu gosto muito da escola em que estou e não me importava de ficar lá novamente no próximo ano lectivo. Mas, se for outra, não me importo. Gosto de desafios.
D&V- Que conselhos daria aos estudantes do ensino secundário?
R: Aconselhava-os a serem ambiciosos (que é o que falta actualmente) e a não se contentarem com o mínimo; a trabalharem e não desistirem daquilo que querem. Não aceitem o Não. Como costumo dizer, vale mais não conseguir de que nunca chegar a tentar. Portanto: tentem!
R: Na altura, escolhi Humanidades, não para fugir à Matemática, mas para entrar na Universidade. Queria ir para Direito ou Jornalismo. É claro que com o tempo acabou por não ser bem assim.
D&V- Gostou de andar no liceu?
R: Muito. Foi dos melhores tempos da minha vida. Apesar dos altos e baixos, normais na adolescência, e de alguns problemas por que a minha turma passou, nomeadamente o falecimento de uma colega, consegui aproveitar bem o tempo de liceu, tanto nos estudos como no lazer.
D&V - Fez parte da Associação de Estudantes?
R: Não fiz directamente parte da A.E, visto que não fazia parte da lista, mas o meu melhor amigo sim e, no meu 12º ano, acabei por trabalhar e cooperar com a Associação.
D&V - Gostou de colaborar com a A.E.?
R: Gostei muito. Foi uma experiência diferente, e acho que é sempre importante os jovens aderirem a várias actividades, principalmente aquelas que têm um carácter organizativo e implicam o assumir de responsabilidades.
D&V- Quando entrou para a faculdade teve algum receio em relação ao curso que escolheu?
R: Bastante. Aliás, eu acho que os jovens têm de escolher a área de estudos muito cedo, o que condiciona a posterior escolha do curso. Eu escolhi Humanidades, apesar de adorar Matemática. Acabei por não entrar em Jornalismo, e entrei num curso que me pareceu mais adequado aos meus objectivos. Entrei no curso de Línguas Estrangeiras Aplicadas, na UTAD, que é um curso de línguas mas com vertente empresarial, direccionado para a comunicação, mas, obviamente, tive receio de que aquilo não fosse bem o que queria.
D&V- Enquanto frequentou esse curso, em algum momento pensou mudar?
R: Várias vezes pensei nisso, mas estava a gostar do curso, portanto decidi terminar e depois tirar outro.
D&V - Do que gostou mais na Faculdade? Quais as suas disciplinas preferidas?
R: As disciplinas de que gostei mais foram aquelas que representavam um desafio maior, ou seja, aquelas nas quais era difícil tirar boa nota, tipo Direito, Inglês (último nível) e Economia. Ou seja, soube-me melhor tirar 17 a Direito de que 20 a Informática, porque foi a disciplina mais difícil do nosso curso.
Quando ao que gostei mais na faculdade, é difícil de dizer… gostei muito do que aprendi em termos curriculares, mas gostei ainda mais do que aprendi socialmente. A Faculdade faz-nos crescer muito e, é claro, gostei muito da diversão que também faz parte da vida de um estudante universitário.
D&V- Quando fez o seu estágio, como foi lidar com os alunos?
R: Eu não fiz estágio na área do ensino. Apenas fiz estágios curriculares durante o tempo lectivo, no meu primeiro ano. Mas fiz estágio em jornalismo numa revista que saía com o Jornal de Notícias. Após isso, fiz vários outros estágios também relacionados com a comunicação e o turismo. Ou seja, comecei a aprender o que é trabalhar mal entrei para a Universidade, com 18 anos.
D&V- Quando acabou o estágio, foi fácil arranjar emprego?
R: Quando acabei o curso, consegui logo trabalho, como assistente editorial numa revista de vinhos. Mais tarde, saí dessa revista e fiquei três meses no desemprego. Foi então que o ensino entrou na minha vida, ao ser convidada para dar aulas de Inglês nas actividades extra-curriculares a alunos do 1º ao 4º ano do 1º Ciclo.
D&V- Neste momento ainda está a exercer a sua profissão como professora?
R: Sim, este ano fiquei colocada numa escola no Porto, a leccionar Espanhol.
D&V- Teve algumas dificuldades em ensinar e lidar com os alunos?
R: Sim, eu passai quatro anos a trabalhar em jornalismo, e quando comecei a dar aulas, como não tinha formação em ensino, foi complicado.
D&V- Prefere leccionar no Básico ou no Secundário?
R: Depende das turmas. Infelizmente, o mau comportamento e o desinteresse existe quer no Básico, quer no Secundário. Mas, quando os alunos sabem o que quer em relação ao futuro e são ambiciosos, é possível criar um bom ambiente de trabalho e construir uma relação de amizade entre professor e alunos. No Secundário, devido à minha idade, tenho de ser mais firme no início, mas depois consigo conquistar a confiança dos alunos, muitos dos quais têm quase a minha idade.
D&V- Como é leccionar uma língua estrangeira?
R: Por vezes não é fácil. O Inglês é uma disciplina em que os alunos sentem muitas dificuldades, e o Espanhol é uma disciplina relativamente nova em termos curriculares e pouco divulgada. Para além disso, como a nível fonético é parecida com o Português, há a tendência de se pensar que é fácil, e não é bem assim...
D&V- Quais são os seus objectivos para o futuro?
R: Neste momento estou a tirar o Mestrado em Ensino de Inglês e Espanhol, o que me vai dar habilitação própria para leccionar. Mas quero também tirar outro curso.
D&V- Actualmente, muitos professores estão sem colocação. Tem receio de ficar desempregada?
R: Por enquanto não, visto que há poucos professores de Espanhol, mas continuo a trabalhar para ter cada vez mais opções e evitar o desemprego.
D&V- Tem preferência por alguma escola? Porquê?
R: Eu gosto muito da escola em que estou e não me importava de ficar lá novamente no próximo ano lectivo. Mas, se for outra, não me importo. Gosto de desafios.
D&V- Que conselhos daria aos estudantes do ensino secundário?
R: Aconselhava-os a serem ambiciosos (que é o que falta actualmente) e a não se contentarem com o mínimo; a trabalharem e não desistirem daquilo que querem. Não aceitem o Não. Como costumo dizer, vale mais não conseguir de que nunca chegar a tentar. Portanto: tentem!
Daniela Mourão, nº11, 10º I
Virgília Camões, nº22 , 10º I
Fotografia: Virgilia Camões
Virgília Camões, nº22 , 10º I
Fotografia: Virgilia Camões
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