Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real

domingo, 14 de março de 2010

PORQUE A ÁGUA NÃO É UM BEM INESGOTÁVEL ...

O FUTURO É JÁ HOJE!
PORQUE A ÁGUA NÃO É UM BEM INESGOTÁVEL,
URGE MUDAR DE ATITUDE!

Crise. Uma palavra com a qual, infelizmente, nos temos familiarizado nos últimos tempos. Fala-se de desemprego, de índices de crescimento inferiores a 1%, de congelamento de salários, de endividamento, mas só agora as pessoas começam a ser confrontadas com a verdadeira crise. O nosso planeta tem sido vítima de crimes inaceitáveis, que acontecem mesmo debaixo do nosso nariz. Mais do que o aquecimento global e a ameaça do desaparecimento das zonas costeiras, algo muito mais valioso está em causa: a água, o bem que gera a vida e a vida alimenta. Curiosamente, todos nós nos inquietamos quando ouvimos falar que o petróleo pode esgotar-se em 2050, mas já alguém pensou seriamente no que faremos sem água?
Os primeiros seres vivos surgiram no nosso planeta na água. Logo, é pertinente concluir que a água foi o grande factor responsável pela criação de vida e que o desaparecimento da mesma conduzirá, inexoravelmente, à extinção da nossa espécie. As tecnologias são vistas frequentemente como um instrumento milagroso. Mas serão elas capazes de assegurar o ritmo da conversão da água do mar em água potável e de dar resposta a milhões de bocas sedentas de uma gota de vida?
Como se pode constatar, o desaparecimento da água da face da Terra coloca no ar uma série de questões inquietantes às quais ninguém pode responder com exactidão, já que é um cenário impensado, pelo menos até agora, ao qual ninguém garante uma resposta eficaz. O mais grave no meio de toda esta previsão de um futuro que se antevê muito próximo é a despreocupação com que as encaram o problema. Senão vejamos: em média, cada 7 em 10 pessoas não fecha o chuveiro enquanto se ensaboa, 5 em cada 10 pessoas não desliga a água enquanto escova os dentes, 3 em cada 10 homens não desliga a água enquanto faz a barba, e 8 em cada 10 portugueses nem sequer se dá ao trabalho de colocar uma mera garrafa de areia no autoclismo, de forma a economizar cerca de 3,8 litros de água em cada descarga.
Agora pergunto: como poderemos dizer que estamos conscientes da crise que se avizinha, tomando estas atitudes? E se estamos conscientes, por que tapamos os olhos de forma tão inconsciente e irresponsável? Serão mesmo a preguiça, e esforço de esticar o braço para fechar a água enquanto lavamos os dentes, mais importante do que a sobrevivência da nossa espécie?
Infelizmente, este cenário de inconsciente e irresponsável despreocupação e de falta de solidariedade geracional agrava-se se pensarmos que os nossos gestos impensados não são a excepção, mas a regra. Se pensarmos que também o nosso pai e a nossa mãe fazem o mesmo, os números triplicam e, se alargarmos este cenário a cada família portuguesa, ao país e ao mundo, então os números aumentam exponencialmente, tornando difícil a quantificação. Será mesmo sensato mantermo-nos fiéis a uma filosofia de vida tão egoísta e irresponsável? O bem essencial à vida chega a todas as bocas dos subúrbios de Nova Deli? Ou às crianças famintas de África? Sejamos pragmáticos. A resposta é, obviamente, NÃO.
O futuro (ainda) está nas nossas mãos. É dever de cada um de nós minimizar as consequências, que se adivinham verdadeiramente apocalípticas, da escassez de água. Para isso tem de haver da parte de todos nós uma verdadeira vontade de mudar o que está errado, traduzida em pequenas grandes acções no dia-a-dia. A união faz a força. Se todos nós remarmos para o mesmo lado, (ainda) podemos chegar a um porto seguro.
O futuro é já hoje!

Manuel Pedro, nº15, 12ºD
(Elemento do Grupo de Trabalho do 12º ano, Turma D, que neste momento está a desenvolver o subtema: Água – CCB a caminho da auto-suficiência, no âmbito de Área de Projecto)

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