Silêncio...
Silêncio do marulhar
das ondas do mar.
Silêncio da tua voz
no meu olhar.
Silêncio da brisa
que toca e molda
o meu rosto.
Silêncio de forma
fugidia, desfeita
no dia a dia.
Silêncio
do tique - taque de relógio
na casa vazia dos meus avós.
sombra-presença de todos nós.
Silêncio
no povoado
abandonado
sem vida e sem gente,
onde estamos sós.
Silêncio
em moldura de xisto,
cenário de sol refulgente,
lampejo de sol poente
em estilhaço de vidro,
de janela ausente
Silêncio de gente
que passa de costas
voltadas, formas de vida
diluída,
ao virar da esquina;
espia de desencontros,
em postigo de escombros
Silêncio de corpo
dorido, abandonado
em jornal esquecido,
embrulho colocado
em chão molhado,
substância ausente,
outrora gente, ao abrigo
da multidão, indiferente.
Silêncio de casas
de portas abertas
escancaradas, abandonadas
ruas estreitas;
vestes desfeitas, esfarrapadas
vidas paradas
ausência de rosto
que o tempo marcou
no fundo de escadas
em vão…
Silêncio de corpo,
adormecido,
dorido, transido
de frio
ao abrigo
da solidão.
Silêncio……
!!!!!!!!
A. Andrés
Divulgação informativa e cultural da Escola Secundária/3 Camilo Castelo Branco - Vila Real
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